Assistir a um vídeo sem interrupção, fazer uma videochamada, abrir um site em fração de segundos e acessar um aplicativo de banco pelo celular é uma realidade distante para pouco mais de meio milhão de goianos. Eles moram em 11 municípios do estado que não tem acesso ao 4G, a tecnologia e conexão à Internet móvel que, a partir de setembro, se tornará ultrapassada com a chegada do 5G.
De acordo com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), a população de Americano do Brasil, Santa Fé de Goiás, Cachoeira de Goiás, Campos Verdes, Guarinos, Mundo Novo, Edealina, Moiporá, Novo Brasil, Nova América e Matrinchã nunca experimentou o carregamento e envio de dados de forma rápida pelo smartphone. Em todo o País, somente pessoas de 89 municípios passam pela situação.
Valparaíso de Goiás é a única em Goiás com 100% de cobertura. Goiânia e Aparecida de Goiânia ficam empatadas, mas logo atrás, com índice de 99,98%. O serviço está presente em 91,25% da população do estado, percentual considerado o quarto melhor do Brasil. Em primeiro lugar está Distrito Federal, seguido de São Paulo e depois Rio de Janeiro.
O impacto da restrição ao acesso a uma internet veloz afeta diversos aspectos da vida cotidiana. O serviço limitado ganhou destaque, principalmente, com o ensino remoto implementado nas redes de ensino público e privado brasileiras devido à pandemia. A educação de crianças, jovens e adultos deixou de avançar.
No caso de trabalhadores, a perda dos empregos e isolamento social intensificaram a pobreza que poderia ter sido remediada com a chance de empreender online com vendas dentro e fora das comunidades. O fechamento de algumas agências bancárias e solicitação de produtos em e-commerces também fica inviabilizada sem a internet de qualidade fazendo com que consultar o saldo na conta digital se torne impossível.
Com forte presença no estado, o agronegócio também exige cada vez mais conexão adequada. As transações comerciais de compra e venda de insumos, da colheita e de gado e o próprio controle do planejamento ao processo de plantação ou cuidado com os animais demandam troca de dados da internet. Estimativas do setor apontam que o aumento da conectividade no campo pode alavancar a arrecadação do segmento.
5G travada em Goiânia
A capital ainda engatinha a passos lentos para aprovar um projeto de lei que regulamenta a chamada lei das antenas, que estabelece instruções para utilização da atual estrutura e implantação de novas que consigam repercutir o sinal de 5G. O Executivo municipal promete o envio do documento à Câmara até julho, o que daria o prazo de dois meses para apreciação e votação pelos vereadores.
A Anatel definiu que o 5G deverá estar disponível em todas as capitais brasileiras até setembro de 2022. A ideia é incluir mais pessoas na chamada revolução digital e disponibilizar melhor resposta de conexão, mais segurança, ampliação do número de aparelhos conectados dentro do País para favorecer a evolução e maior acesso a opções como telemedicina, cirurgias a distância e chegada de carros autônomos.