Multas por queimadas aumentam mais de 460% na região de Marília entre 2023 e 2024. Foram emitidas 125 autuações entre janeiro e 11 de novembro de 2024, contra 22 no mesmo período do ano anterior. Condições climáticas mais severas e fiscalizações intensificadas contribuíram para o aumento.
Dados do Governo do Estado de São Paulo e da Operação São Paulo Sem Fogo mostraram que a quantidade de multas aplicadas pela Polícia Ambiental por queimadas na região de Marília (SP) aumentou 468% em 2024 em comparação com 2023. Entre janeiro e 11 de novembro de 2024, foram emitidas 125 autuações, contra 22 no mesmo período do ano anterior.
Em entrevista à TV TEM, o tenente Lopes, da Polícia Militar Ambiental, explicou que as condições climáticas mais severas, como calor intenso, pouca chuva e aumento dos ventos, agravaram o cenário, principalmente entre os meses de maio e outubro. “Esses fatores contribuíram para o aumento das ocorrências. Por outro lado, houve intensificação da fiscalização, o que resultou em mais autuações impostas”, explicou o tenente.
A Operação São Paulo Sem Fogo, realizada ao longo de 2024, utiliza imagens de satélite como ferramenta principal para monitorar 100% dos focos de incêndio no estado. Dependendo da área atingida, um único incêndio pode gerar diversas autuações. A vegetação nativa em estágio avançado, por exemplo, eleva o valor das multas. “Se o incêndio atinge uma vegetação ativa, como o Bosque de Marília, a multa pode duplicar ou até triplicar”, ressaltou o tenente.
Embora não tenham sido constatados incêndios criminosos, muitas ocorrências estão relacionadas a omissão, negligência ou imperícia. Entre os exemplos, estão os causados por problemas na rede elétrica, maquinário agrícola que provocou fogo de forma não intencional e até chamas em lixo doméstico que acabaram se alastrando. O tenente Lopes explica que a Polícia Ambiental já começou a autuar em 2025, ano que também promete condições climáticas adversas. “O objetivo é identificar os responsáveis e aplicar as punições cabíveis, especialmente em áreas de vegetação nativa, que levam anos ou décadas para se recuperar”, concluiu.