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Maior procura por antigripais e antialérgicos pode desabastecer farmácias

Última atualização 15/06/2023 | 08:41

Nariz bastante congestionado, dores de cabeça, tosse intensa e constante. Sintomas que fizeram a jornalista Ludmilla Moreira correr até a drograria mais próxima em busca de remédios que a fizessem melhorar da forte gripe que a acometeu no último fim de semana. A oscilação térmica dos últimos dias em Goiás, que coloca qualquer imunidade à prova, pode gerar um efeito colateral: a falta de alguns medicamentos em farmácias do estado.

A busca por antigripais, antialérgicos, descongestionantes nasais e xaropes já aumentou de forma significativa nas farmácias, segundo o presidente do Sindicato dos Farmacêuticos e Farmacêuticas de Goiás (Sinfargo) e da Federação Nacional de Farmacêuticos (Fenafar), Fábio Basílio. “Típico da chegada do inverno”, comenta o presidente. Ludmilla queixou-se do frio na noite do último sábado, 10, quando participava de um programa em família, em Goiânia. “Domingo acordei bem mal”, disse.

Nos primeiros dias, a jornalista fez uso de nimesulida e um antigripal de marca, comprados com facilidade. “Muita gente está adoecendo com o clima instável em Goiânia nesta época”, comentou. Nesta quarta-feira, 14, entretanto, já encontrou dificuldades. “Pedi algumas coisas na Drogasil e aparecia que tinha em estoque. Mas logo em seguida, me ligaram para dizer que dois medicamentos estavam em falta”, relatou.

O líder do Sinfargo e da Fenafar alerta inclusive para o risco de falta de alguns destes itens. O motivo, aponta, é a dependência do mercado nacional da importação do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) de países como China e Índia.

“Com essa sazonalidade, aumento de vendas, pode vir a faltar. Alguns antibióticos já faltam. Somos muito dependentes do mercado exterior”, pondera Fábio. Os IFA’s viraram commodities e há casos de fábricas que são responsáveis pelo fornecimento para o mundo inteiro, acirrando a demanda pelo produto nas farmácias.

De acordo com Sindicato das Indústrias Farmacêuticas de Goiás, não há previsão de quando as vendas de matérias-primas para a fabricação destes medicamentos em falta vão normalizar. Por conta desta escassez, o Conselho Regional de Farmácia de Goiás (CRF) orienta que os médicos deem mais de uma opção de medicamento aos pacientes.