Aumento salarial e quinquênio para juízes pode ser votado neste ano

Os senadores podem votar ainda neste ano a concessão de mais benefícios de carreira para integrantes do Judiciário federal e do Ministério Público. O texto da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 63/13 estava na pauta da semana passada, mas o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, adiou a apreciação do texto. O documento pode ser analisado pelos parlamentares até 22 de dezembro, último dia da atual legislatura até o fim do recesso em 1º de fevereiro. 

Caso seja aprovado, os juízes voltarão a ter direito a quinquênio (licença remunerada) a cada cinco anos de trabalho e também a reajustes salariais de 5% pelo mesmo período. Considerando uma carreira no serviço público de 35 anos, a categoria teria sete reajustes ao longo da vida profissional. A PEC é polêmica, mas Pacheco a defende pontuando se tratar de valorização da carreira porque os integrantes dos cargos em questão não poder ter outros empregos para complementação de renda. A dúvida seria se as vantagens se estenderão a aposentados e pensionistas.

Há 16 anos, os integrantes do Judiciário federal e do Ministério Público não recebiam o benefício. A suspensão chegou ao fim em novembro, quando o Conselho da Justiça Federal (CJF) – formado por ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e desembargadores federais – decidiu reativar o benefício. A preocupação com a validação no Senado Federal é que o pagamento seria retroativo e corrigido pela inflação. Um juiz aposentado em 1995 poderia chegar a receber R$ 2 milhões.

O debate jurídico gira em torno ainda da legalidade de usufruir outras vantagens entre os que já tinham direito adquirido à época da vedação. Entre eles está o adicional por tempo de serviço. “Todos os juízes brasileiros devem ter igual tratamento. Por esse entendimento, ficam assegurados aos juízes federais todos os direitos garantidos aos magistrados da Justiça Estadual, assim como o contrário”, defende a Associação dos Juízes Federais (Ajufe).

 

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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