Austrália anuncia lei para proibir redes sociais para menores de 16 anos

O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, anunciou nesta quinta-feira, 7, que o país pretende implementar uma lei para proibir o acesso de menores de 16 anos às redes sociais. A medida é uma tentativa de proteger crianças e adolescentes dos efeitos negativos das plataformas, colocando o país na liderança de esforços globais para regulamentar o uso de mídias sociais por jovens.

A nova legislação exigirá que redes como Facebook, Instagram, TikTok e X (antigo Twitter) implementem mecanismos para verificar a idade dos usuários. As empresas que não cumprirem as exigências estarão sujeitas a multas elevadas, e o ônus de assegurar o cumprimento caberá exclusivamente às plataformas, não aos pais ou aos jovens. Albanese declarou que “a mídia social está prejudicando nossas crianças” e enfatizou que a nova política será uma das mais rigorosas do mundo, sem exceções para menores que tenham o consentimento dos pais.

A proposta conta com apoio dos principais partidos australianos e deve ser apresentada ao Parlamento ainda este ano, com previsão de entrada em vigor 12 meses após sua aprovação. Michelle Rowland, ministra das Comunicações, ressaltou que o YouTube também deverá adotar medidas, exceto em casos em que a plataforma seja utilizada para fins educacionais.

Especialistas, no entanto, questionam a viabilidade de implementar uma verificação de idade eficaz, devido à fragilidade dos métodos atuais. Toby Murray, da Universidade de Melbourne, alertou que esses métodos podem comprometer a privacidade dos usuários e são facilmente contornáveis. A Meta, dona do Facebook e Instagram, declarou que respeitará qualquer restrição aprovada, mas expressou preocupação de que a nova lei possa ser apenas uma solução superficial, sem resolver o problema da saúde mental dos adolescentes.

A Austrália vem se destacando em regulamentações sobre redes sociais. Recentemente, o país introduziu uma lei para combater a desinformação e ampliou os poderes do órgão regulador para multar plataformas que falhem em proteger a segurança online.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Tribunal Penal Internacional emite mandado de prisão contra Netanyahu e líder do Hamas por crimes de guerra

O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu, nesta quinta-feira, 21, mandados de prisão internacional para o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, e o líder do Hamas, Mohammed Deif, por supostos crimes de guerra e contra a humanidade.
 
Os mandados foram expedidos após o procurador do TPI, Karim Khan, ter solicitado a prisão deles em maio, citando crimes relacionados aos ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 e à resposta militar israelense em Gaza. O TPI afirmou ter encontrado “motivos razoáveis” para acreditar que Netanyahu e Gallant têm responsabilidade criminal por crimes de guerra, incluindo a “fome como método de guerra” e os “crimes contra a humanidade de assassinato, perseguição e outros atos desumanos”.
 
Netanyahu e Gallant são acusados de terem privado intencionalmente a população civil de Gaza de bens essenciais à sua sobrevivência, como alimentos, água, medicamentos, combustível e eletricidade, entre outubro de 2023 e maio de 2024. Essas ações resultaram em consequências graves, incluindo a morte de civis, especialmente crianças, devido à desnutrição e desidratação.
 
Mohammed Deif, líder militar do Hamas, também foi alvo de um mandado de prisão. O TPI encontrou “motivos razoáveis” para acreditar que Deif é responsável por “crimes contra a humanidade, incluindo assassinato, extermínio, tortura, estupro e outras formas de violência sexual, bem como crimes de guerra de assassinato, tratamento cruel, tortura, tomada de reféns, ultrajes à dignidade pessoal, estupro e outras formas de violência sexual”.
 
Os mandados de prisão foram emitidos para todos os 124 países signatários do TPI, incluindo o Brasil, o que significa que os governos desses países se comprometem a cumprir a sentença e prender qualquer um dos condenados caso eles entrem em territórios nacionais.
O governo israelense rejeitou a decisão do TPI, questionando a jurisdição do tribunal sobre o caso. No entanto, os juízes rejeitaram o recurso por unanimidade e emitiram os mandados. O gabinete de Netanyahu classificou a sentença de “antissemita” e “mentiras absurdas”, enquanto o líder da oposição, Yair Lapid, a chamou de “uma recompensa ao terrorismo”. O ex-primeiro-ministro israelense Naftali Bennett também criticou a decisão, considerando-a uma “vergonha” para o TPI.
O conflito na Faixa de Gaza, que se arrasta há mais de um ano, deixou milhares de mortos e devastou a região. A decisão do TPI simboliza um avanço na responsabilização por crimes graves, embora sua eficácia prática seja limitada, dado que Israel e os Estados Unidos não são membros do TPI e não reconhecem sua jurisdição.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Isso vai fechar em 0 segundos