Busca por terapias holísticas cresce durante pandemia

As terapia holísticas englobam um conjunto de tratamentos que buscam promover a saúde e prevenir doenças com base em princípios que focam especialmente em métodos de relaxamento. Grande parte das técnicas têm origem em braços da medicina oriental, misturando conhecimentos práticos e científicos.

Com a necessidade de isolamento social, então, cresceu a procura por terapias alternativas que podem reduzir sintomas de condições como estresse e ansiedade, em tratamentos que ajudam a complementar os convencionais.

Pensando nisso, algumas pessoas também passaram a investir na área, enxergando o aumento da procura como possibilidade de uma nova atuação profissional.

Aromaterapia

Para a analista de importação Laura Brito, 28 anos, tudo começou com a mudança para Goiânia, que acabou provocando mais transformações do que o esperado. Natural de Campina Verde, Minas Gerais, Laura sofreu com alergia a poeira e tempo seco assim que passou a viver na cidade, mas encontrou conforto na aromaterapia.

“Uma amiga me apresentou e depois do resultado fiquei maravilhada. Foi quase instantâneo e eu fiquei surpresa”, comenta.

Laura Brito – Foto acervo pessoal

A partir daí, a relação com os óleos essenciais ficou cada vez mais próxima. Além de utilizar os produtos, ela foi convidada pela mesma amiga para entrar no negócio e passar a trabalhar com isso, como representante da DoTerra Brasil.

A princípio, ela teve receios, mas acabou sendo influenciada especialmente pelo contexto da pandemia da Covid-19. “Por já ter uma profissão estável, não me imaginava trabalhar com vendas e aromaterapia”, comenta. “Mas no começo da pandemia tinha muita insegurança sobre emprego e esse novo trabalho me impulsionou a ter uma renda extra.”

A mesma pandemia também foi responsável por impulsionar o interesse de clientes, que passaram a ter mais contato com momentos de instabilidade emocional no isolamento. Apesar disso, os usos não se restringem ao combate de sintomas como a ansiedade, por exemplo, podendo trazer benefícios a pacientes com as mais diversas condições.

“Sempre gosto de entrar em contato com o cliente e entender qual a sua necessidade para montar um protocolo específico e atender a necessidade da pessoa. Sempre perguntamos se a pessoa faz uso contínuo de remédio, se possui alguma doença crônica, para analisar e indicar o óleo certo que vai promover o bem estar no organismo como um todo, sem causar nenhum efeito colateral.”

Os óleos podem oferecer efeitos estimulantes, revigorantes ou calmantes, dependendo do aroma escolhido. Além disso, o uso por meio do aroma e do olfato é apenas um dos meios de obter os benefícios, já que também existe a possibilidade de aplicação tópica ou até mesmo por ingestão.

Atualmente, a venda é feita por meio do Instagram da marca, @seuoleoessencial.

Tarô

A terapia holística, também pode passar por práticas consideradas mais místicas. Para Yasmim Lauck, 27 anos, por exemplo, o interesse pelo oculto e por filosofias variadas sempre fez parte da vida, mas foi no tarô que ela se aprofundou mais. Mesmo assim, no início a intenção ainda não era investir na prática de forma mais profunda do que um simples hobby.

“Comecei a estudar tarô sem nenhum tipo de ideia de levar isso a frente, porque gostava das imagéticas das cartas e sempre achei esse lance de cartomancia muito curioso, mas não possuía a intenção de trabalhar com isso”, explica.

Eventualmente os estudos levaram a prática para si e para pessoas próximas, mas sem intenção de atuação profissional. Foi só quando as clientes começaram a procurar o serviço por indicação ou por contato com as postagens de Yasmim nas redes sociais, especialmente que a segurança para trabalhar com isso veio.

“Peguei firme em estudar mais e finalmente atender os consulentes da maneira correta e ideal. Sem contar que veio de uma ajuda financeira imensurável nesse momento. Acho que foi a vontade que já existia, somada a necessidade e com a ideia de ajudar, de alguma maneira, alguém nesse período caótico”, comenta, em referência à pandemia da Covid-19.

Desde então, ela oferece os seus serviços por meio de seu Instagram pessoal, @yasmimlauck, onde mantém o contato com clientes e discute os benefícios e possibilidades do uso do tarô para cada pessoa.

Segundo Yasmim, a procura é maior quando se trata de vida profissional, vida amorosa e vida familiar. A partir daí, ela começa uma conversa simples antes de virar qualquer carta, para entender como a pessoa se comunica sobre as questões tratadas.

“A ideia é compreender, antes de mais nada, o que a pessoa carrega em si e como detecta o mundo e suas questões talvez seja o grande trunfo pra responder de maneira mais branda e compreensível pro consulente.”

Para isso, ela analisa arcanos pessoais (que são feitos com cálculos), depois organiza o que alguns tarólogos chamam de “mandala”, a disposição das cartas. “Existe um modo operante pra abrir a mesa, embaralhar as cartas e as dispor, é uma ritualística específica que pode variar de tarólogo para tarólogo. O jogo conta histórias, traz cenários e questionamentos que serão direcionados à pessoa ao longo do jogo”, destaca.

Yasmim também comenta que, especialmente durante o período de crise, as pessoas passaram a buscar novas formas de compreender a si mesmo e as coisas ao seu redor. Segundo ela, mesmo que uma resposta universal não seja encontrada, o poder do questionamento faz parte do processo e é aí que entra o tarô.

“O tarô é uma ferramenta que não só te traz esclarecimentos, mas principalmente te põe em situação de questionar-se de uma maneira diferente. Às vezes o problema não está necessariamente na questão, mas em como está sendo questionado ou respondido”, cometa. “Somos limitados em pensar sozinho e buscar esse questionamento em esferas distintas pode ser uma ferramenta muito boa de auto ajuda e auto compreensão mesmo. O tarô te propõe reflexões que podem abrir novos olhares diante da sua questão.”

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Câncer de pele: Como identificar manchas perigosas e prevenir o risco

A gerente de enfermagem Renata vivenciou uma experiência que transformou sua perspectiva sobre cuidados com a saúde. Após ter sido orientada a realizar acompanhamento médico anual devido a uma lesão pré-cancerígena, ela negligenciou a recomendação. Anos depois, uma consulta devido a uma mancha no rosto a fez descobrir um melanoma em estágio inicial, um dos tipos mais agressivos de câncer de pele. A detecção precoce e remoção rápida garantiram um desfecho positivo.

O caso de Renata ressalta a importância do diagnóstico precoce no câncer de pele, a forma de tumor mais comum no Brasil, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). O melanoma, em particular, é o tipo mais raro e agressivo, e o diagnóstico rápido pode ser decisivo para a cura. Marina Sahade, oncologista do Hospital Sírio-Libanês, destaca os principais sinais de alerta, como mudanças na cor, tamanho e textura de pintas ou manchas, além do aparecimento de sangramento ou coceira.

Como identificar manchas suspeitas? A dermatologista Luísa Juliatto, do Alta Diagnósticos, orienta que é preciso ficar atento a pintas novas, em crescimento, com cores variadas ou formas irregulares. Também é importante observar pintas antigas que apresentem alterações. Feridas que não cicatrizam, sangramento, dor ou crescimento rápido de uma lesão também são sinais que demandam atenção médica. Para confirmar se a mancha é cancerígena, exames como dermatoscopia e ultrassom dermatológico podem ser necessários. Quando há suspeita, a biópsia de pele é essencial para o diagnóstico final.

Juliatto recomenda consultas dermatológicas anuais, especialmente se não houver histórico de câncer na família. Caso contrário, é importante um acompanhamento mais próximo com o especialista.

Quais manchas não são perigosas? Nem todas as manchas na pele são preocupantes. Manchas solares, sardas (efélides), ceratoses seborreicas e melasma geralmente não são sinais de câncer. Além disso, os nevos comuns, conhecidos como pintas benignas, também não são motivo de alarme.

Fatores de risco e prevenção A exposição solar excessiva e repetitiva, especialmente durante a infância e adolescência, é o principal fator de risco para o câncer de pele. Pessoas com pele clara, olhos e cabelos claros, ou com histórico familiar de câncer de pele, têm maior predisposição à doença. No entanto, é importante ressaltar que até pessoas negras podem ser afetadas.

No caso de Renata, a pele clara e o histórico familiar de câncer de pele de seu pai contribuíram para o desenvolvimento do melanoma. Após o diagnóstico, ela passou a adotar medidas rigorosas para proteger sua pele, como o uso diário de bloqueador solar e roupas especiais de proteção UV, além de evitar a exposição ao sol nos horários de pico.

Para prevenir o câncer de pele, a dermatologista recomenda:

  • Aplicar protetor solar com FPS mínimo de 30 a cada duas horas;
  • Evitar exposição solar entre 10h e 15h;
  • Utilizar barreiras físicas, como roupas com tratamento UV, boné, óculos de sol e guarda-sol.

Essas precauções são essenciais para reduzir o risco de câncer de pele e garantir uma rotina de cuidados adequados com a saúde da pele.

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