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Caminhoneiros goianos poderão entrar em greve após reunião em assembleia

Última atualização 01/06/2022 | 18:57

Na próxima semana, parte dos quase 700 mil caminhoneiros autônomos brasileiros que atuam em Goiás se reunirão em uma assembleia nacional que debaterá uma paralisação da categoria. Se for aprovada, a greve será a segunda em menos de cinco anos. Na mais recente, em 2018 os efeitos na economia durante dez dias sem o transporte causou desabastecimento de alimentos em todo o País e alta nos preços.

Segundo o presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Cargas (Sinditac), Vantuir José Rodrigues, a situação está insustentável. O martelo será batido em 11 de junho, em Guarulhos, no interior paulista, durante o 6º Encontro Nacional dos Caminhoneiros. Ele alerta que o risco de escassez de diesel, o combustível que movimenta a frota de caminhões, já é uma realidade em algumas localidades e pode comprometer os preparativos para a plantação de nova safra no estado.

“O diesel está faltando em vários lugares. Nessa época do ano gasta muito por causa da preparação de terra para fazer plantio e agora com o PPI [Preço de Paridade Internacional da Petrobras] fica pior. O caminhoneiro goiano ainda não tem nada definido em relação à paralisação. Reunindo em São Paulo, nós tomaremos uma diretriz sobre o que será feito em  relação ao trabalhador de transporte autônomo. É notório que vai faltar diesel com essa política de preço: a gente exporta em real e importa em dólar”, afirma.

Questionado sobre a falta de diesel nas bombas, o presidente do Sindicato do Comércio Varejista dos Derivados de Petróleo no Estado (Sindiposto),  Márcio Andrade, reconheceu que faltou o óleo esporadicamente há algumas semanas. “Nada que afetasse o atendimento ao consumidor. Acredito que não teremos uma falta generalizada de diesel. Creio mais em faltas pontuais. Acho que o consumidor não ficará sem produto, embora até o momento não tenha reflexo nos postos”, diz.

Além de PPI, a categoria discutirá outras 14 pautas de reivindicações, incluindo o julgamento da constitucionalidade pelo Supremo Tribunal Federal (STF) da Lei Piso Mínimo de Frete e o retorno da aposentadoria especial após 25 anos de contribuição ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).  Por lei, o piso deve levar em conta fatores como os custos referentes ao óleo diesel, pedágios e especificidades das cargas.

O governo federal começa a estudar a possibilidade de racionar o diesel para driblar a falta do óleo, que pode começar a ocorrer a partir deste mês. A ideia é priorizar o abastecimento de veículos que prestam serviços essenciais, como ambulâncias e transporte de grãos. 

A  escassez prevista está relacionada a problemas internacionais, a exemplo das sanções econômicas à Rússia em decorrência da guerra com a Ucrânia e risco de fechamento temporário de refinarias nos Estados Unidos e Caribe por causa do início da temporada de furacões.