Prestes a completar dez anos, o assassinato do cronista esportivo Valério Luiz pode finalmente chegar a um desfecho. Após manobras do acusado de ser o mandante do crime, Maurício Sampaio, a Justiça designou um defensor público para assumir a defesa e condução coercitiva das testemunhas que não compareceram. A expectativa é de que o júri, que estava previsto para esta segunda (02), ocorra em 13 de junho.
A estratégia adotada pela acusação foi acolhida pelo juiz Lourival Machado apesar de ele estar sendo acusado pelo advogado de Sampaio de suspeição no caso. No entanto, o Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) e o Superior Tribunal de Justiça (STJ) indeferiram liminarmente a solicitação. Para o filho do jornalista, Valério Luiz Filho, a expectativa é de que os culpados sejam finalmente punidos.
“Acredito que agora não tem escapatória. Com a defensoria designada, caso algum dos advogados não compareça, desista ou abandone o plenário, o defensor público assume e é dada sequência ao julgamento como uma espécie de suplente. Tudo isso está previsto no Código de Processo Penal”, explica ele, que é assistente de acusação.
Contrariados por não terem a reclamações atendidas, a defesa de Sampaio abandonou o Plenário hoje e foi multada em R$ 121 mil. Ao todo, o processo tem 30 testemunhas e 7 jurados. A motivação do crime teria sido uma das últimas críticas de Valério Luiz. Ele teria se referido à provável saída de Maurício da diretoria do Atlético com a metáfora “quando o barco está enchendo de água, os ratos são os primeiros a pular fora”.
Outras quatro pessoas são acusadas de envolvimento no crime: Urbano de Carvalho, acusado de contratar policial que teria matado Valério, Ademá Figueiredo, cabo da PM acusado de executar o cronista, Marcus Vinícius Pereira Xavier, açougueiro, que teria participado do planejamento do crime e Djalma da Silva, policial militar denunciado por atrapalhar as investigações.