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“Célula jurídica” de facção criminosa em Goiás é alvo de operação do MP

Última atualização 21/03/2024 | 15:53

 

O Ministério Público de Goiás (MPGO), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e da Coordenadoria de Segurança Institucional e Inteligência (CSI), iniciou a operação “Honoris Criminis” na manhã desta quinta-feira, 21. O objetivo foi desmantelar uma “célula jurídica” da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).

As investigações apontam que os advogados, utilizando-se de suas prerrogativas profissionais, atuavam como intermediários entre lideranças e membros do PCC, transmitindo informações e ordens em atendimentos nos parlatórios de unidades prisionais. O MP divulgou o teor de um bilhete apreendido durante a operação, contendo recados transmitidos por célula da facção (veja abaxo)

PRIMEIRAMENTE UM FORTE E LEAL ABRAÇO A TODOS SEM EXCESSÃO MEUS IRMÃOS NOIS DA SINTONIA FORA DO AR ESTAMOS DE MAOS DE DADAS COM VOCÊS

1MEUS IRMÃOS NOIS DA SINTONLA FORA DO AR SOMOS RESPONSÁVEIS POR VOCÊS DEVIDO O QUE OCORREU NA UNIDADE E VOCÊS TEREM FICADO FORA DO AR A UNIDADE VOLTOU PARA A NOSSA RESPONSABILIDADE E ESTAMOS AQUI PARA APOIA-LOS NO QUE FOR PRECISO E NECESSARIO.

Denúncias falsas

Entre as mensagens repassadas pelos líderes do PCC em Goiás aos advogados detidos em unidades prisionais especiais, estava um plano para interferir nas rotinas das penitenciárias do Estado. Além disso, os advogados seriam responsáveis por incentivar denúncias falsas de tortura e maus-tratos, visando pressionar por flexibilizações nas regras internas dos presídios de segurança máxima.

Dois mandados de prisão preventiva e quatro de busca e apreensão foram executados contra advogados suspeitos de integrarem a organização criminosa. As ações ocorreram em Anápolis, Valparaíso de Goiás e no Distrito Federal.

A operação contou com o apoio do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e das polícias Civil, Militar e Penal. Representantes da Comissão de Direitos e Prerrogativas da OAB acompanharam as ações, que envolveram promotores de Justiça, servidores do MPGO, agentes da CSI, policiais militares, civis e penais.