Última atualização 11/05/2022 | 16:07
O Brasil pode enfrentar crise de desabastecimento semelhante à da greve dos caminhoneiros em 2018. O alerta é do presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Cargas (Sinditac), Vantuir José Rodrigues. Segundo ele, o mais recente aumento que entrou em vigor nesta terça (10), está sendo considerado a gota d ‘água para a categoria.
“Cada dia que passa e aumenta o combustível, o poder de compra diminui. Com esse aumento do frete, não tem mais condição de trabalhar. Eu mesmo já parei o meu. Aqui em Goiás, tem de 500 a mil caminhões parados. As coisas vão faltar nas prateleiras. O transporte é feito por caminhoneiros autônomos e as empresas também não estão dando conta. De São Paulo para cá, o pessoal não está vindo por isso”, afirma.
De acordo com ele, o piso mínimo de frete foi conquistado há quatro anos apenas no papel porque estaria judicializado. Os empresários do agronegócio não estariam dispostos a pagar o valor mínimo para o transporte de cargas. Na opinião dele, há uma movimentação para acabar com o Preço de Paridade Internacional (PPI), mas depende dos caminhoneiros e da sociedade em geral.
Uma paralisação de 14 mil dos 45 mil integrantes da categoria começou, mas não é exatamente uma greve organizada, de acordo com Vantuir. “O caminhoneiro não dá conta de trabalhar, a população não dá conta de comprar. Quando tem os produtos para transportar, não tem caminhão porque o caminhoneiro não vai”, finaliza.
O anúncio do aumento do diesel nas distribuidoras foi anunciado nesta semana. O combustível subiu 8,87% e passou de R$ 4,51 para R$ 4,91. O último reajuste havia sido em 11 de março. A greve de dez dias dos caminhoneiros em 2018 causou falta de diversos produtos nos mercados, especialmente de perecíveis como frutas e legumes.