Comissão aprova proposta de restrição à publicidade de jogos de azar por influenciadores

A Comissão de Comunicação da Câmara dos Deputados aprovou proposta que proíbe influenciadores digitais de fazer publicidade de jogos de azar não regulamentados na internet. 

Conforme o texto, esses profissionais são responsáveis por garantir que seus conteúdos não promovam essas atividades em vídeos, stories e outras formas de comunicação.

O descumprimento das regras sujeita o influenciador às penas de advertência ou suspensão da atividade por até seis meses, prorrogável. Para o provedor de redes sociais, a pena será de multa de até 2% do faturamento da empresa.

A necessidade da proposta aprovada reside na proibição da “divulgação irresponsável de empresas de apostas por parte de influencers”, conforme destacado pelo deputado Ricardo Ayres, autor do PL 3915/23 e outros três apensados. 

O relator, deputado Fred Linhares (Republicanos-DF), enfatizou a “suma relevância” da medida, considerando o impacto significativo que tais figuras públicas têm sobre seus seguidores, influenciando comportamentos e decisões. 

Agora, a proposta seguirá para análise nas comissões de Finanças e Tributação, de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ), além do Plenário da Câmara.

O substitutivo de Linhares inclui a proibição da publicidade de jogos regulamentados destinada a menores de idade. O texto também contempla:

  • o conteúdo publicitário divulgado por influenciador digital deve informar a natureza comercial da publicação;
  • o conteúdo deve incluir informações que permitam identificar o responsável por efetuar o pagamento das apostas;
  • os influenciadores devem informar sobre as consequências negativas associadas às apostas, como riscos financeiros e transtornos psicológicos;
  • a relação entre o influenciador digital e seu contratante deve ser disciplinada por contrato escrito, detalhando o tipo de trabalho publicitário;
  • a comercialização de publicidade por provedor estrangeiro será realizada por sua representante no Brasil.

O texto também estipula que o governo federal promova campanhas de conscientização sobre os riscos das apostas, em parceria com instituições educacionais e profissionais de saúde.

Denuncia de esquema ilegal da plataforma Blaze e influenciadores envolvidos

O Fantástico denunciou no último domingo, 17, a plataforma Blaze por suposta prática ilegal de jogos de azar, sendo investigada pela polícia. Influenciadores envolvidos na promoção da plataforma também podem ser alvo de investigação. A reportagem destacou que a investigação foi iniciada devido a reclamações de apostadores que não receberam altos valores, alegando problemas nas contas ou possível fraude. 

Até o momento, a justiça bloqueou cerca de R$ 100 milhões do jogo e ordenou a retirada do site do ar, mas outras plataformas semelhantes ainda estão disponíveis. A divulgação por influenciadores foi mencionada como meio de atrair apostadores.

Com informações da Agência Câmara de Notícias

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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