Após escândalo de compras de Viagra para as Forças Armadas, o Tribunal de Contas da União (TCU) constatou superfaturamento do medicamento. A área técnica identificou que o valor pago por cada um dos 15.120 comprimidos foi de R$3,65, apesar de o custo médio ser de R$ 1,81. Agora, o órgão pede a devolução do dinheiro aos cofres públicos. A apuração contra o governo federal começou com denúncia feita pelo deputado goiano Elias Vaz.
“Chama atenção algumas observações que constam no documento, como no item 16, certame que teve valor homologado de R$ 2,89 e o Hospital considera que é compatível com o obtido em sua licitação. Como pode ser compatível quando o valor obtido no certame do HNMD é mais de 20% superior? “, argumentou o TCU em um relatório em que aponta um débito de R$ 27.820,80.
O HNMD é o Hospital Naval Marcílio Dias que realizou a licitação para a aquisição do Viagra, popularmente conhecido no tratamento para disfunção erétil. A unidade de saúde não apresentou documentação que comprovasse o porquê da escolha do produto com sobrepreço aos oferecidos pelas empresas participantes nem procedimentos administrativos contra um dos fornecedores.
À época, a reportagem do Diário do Estado entrou em contato com a assessoria do Ministério da Defesa para checar a informação divulgada pelo deputado federal por Goiás, Elias Vaz, e para qual seria o uso do remédio. A assessoria reconheceu a compra e informou que o produto foi adquirido para fins exclusivamente médicos.
“A aquisição de sildenafila visa o tratamento de pacientes com Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP). Esse medicamento é recomendado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) para o tratamento de HAP. Por oportuno, os processos de compras das Forças Armadas são transparentes e obedecem aos princípios constitucionais”, respondeu a assessoria. A doença faz com que chegue menos oxigênio aos órgãos do corpo e o Viagra age como vasodilatador pulmonar, ou seja, aumenta o fluxo sanguíneo.