Conheça Gabriel Attal, primeiro-ministro mais jovem da França e abertamente gay

De estagiário no Ministério da Saúde para ocupar a segunda posição mais alta no governo francês. Esta é a incrível trajetória de pouco mais de uma década de Gabriel Attal. Aos 34 anos, tornou-se o primeiro-ministro mais jovem da França e o primeiro líder abertamente gay do governo, nesta terça-feira, 9.

Após a renúncia de Élisabeth Borne na segunda, Attal foi nomeado pelo presidente Emmanuel Macron, que o saudou em seu perfil no X, antigo Twitter. É visto como uma estrela em ascensão e um dos cotados para assumir o lugar de Macron quando ele deixar o cargo em 2027.

 

O novo primeiro-ministro tem adotado medidas criticadas por partidos de esquerda e por associações de defesa dos imigrantes, como a proibição das abayas nas escolas, as túnicas usadas por mulheres muçulmanas.

Proveniente de uma família privilegiada, Attal destacou-se nos primeiros anos da presidência de Emmanuel Macron, sendo parte de um grupo de jovens bem-educados escolhidos para aconselhar o líder francês. Sua habilidade de falar publicamente sobre qualquer questão e sua destreza em encontrar as palavras certas lhe renderam o apelido de “Atirador de Palavras”.

Filho do advogado e produtor de cinema Yves Attal e de Marie de Couriss, descendente de cristãos ortodoxos de Odesa, Attal cresceu em Paris e foi educado na École Alsacienne. Seus amigos afirmam que sua ambição política foi despertada durante uma manifestação contra Jean-Mari Le Pen em 2002.

Em ascensão

Após estudar na Sciences Po University, Attal iniciou sua carreira política ao ingressar no Partido Socialista em 2006. Posteriormente, em 2016, juntou-se ao partido centrista En Marche de Macron. Desde então, sua ascensão tem sido tão rápida quanto a do próprio Macron.

Em 2019, Attal revelou que seu pai o aconselhou a sentir-se judeu devido ao possível antissemitismo associado ao seu nome. Seu percurso inclui passagens notáveis, como ser o mais jovem membro de governo sob a Quinta República aos 29 anos e ocupar cargos como chefe da LREM, porta-voz do governo, ministro das contas públicas e ministro da educação.

Em uma união civil com Stéphane Séjourné, Attal, agora no partido Renascimento, desempenha um papel crucial no governo Macron, revitalizando uma administração enfraquecida e inspirando uma geração mais jovem de eleitores desiludidos.

 

 

 

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Tribunal Penal Internacional emite mandado de prisão contra Netanyahu e líder do Hamas por crimes de guerra

O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu, nesta quinta-feira, 21, mandados de prisão internacional para o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, e o líder do Hamas, Mohammed Deif, por supostos crimes de guerra e contra a humanidade.
 
Os mandados foram expedidos após o procurador do TPI, Karim Khan, ter solicitado a prisão deles em maio, citando crimes relacionados aos ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 e à resposta militar israelense em Gaza. O TPI afirmou ter encontrado “motivos razoáveis” para acreditar que Netanyahu e Gallant têm responsabilidade criminal por crimes de guerra, incluindo a “fome como método de guerra” e os “crimes contra a humanidade de assassinato, perseguição e outros atos desumanos”.
 
Netanyahu e Gallant são acusados de terem privado intencionalmente a população civil de Gaza de bens essenciais à sua sobrevivência, como alimentos, água, medicamentos, combustível e eletricidade, entre outubro de 2023 e maio de 2024. Essas ações resultaram em consequências graves, incluindo a morte de civis, especialmente crianças, devido à desnutrição e desidratação.
 
Mohammed Deif, líder militar do Hamas, também foi alvo de um mandado de prisão. O TPI encontrou “motivos razoáveis” para acreditar que Deif é responsável por “crimes contra a humanidade, incluindo assassinato, extermínio, tortura, estupro e outras formas de violência sexual, bem como crimes de guerra de assassinato, tratamento cruel, tortura, tomada de reféns, ultrajes à dignidade pessoal, estupro e outras formas de violência sexual”.
 
Os mandados de prisão foram emitidos para todos os 124 países signatários do TPI, incluindo o Brasil, o que significa que os governos desses países se comprometem a cumprir a sentença e prender qualquer um dos condenados caso eles entrem em territórios nacionais.
O governo israelense rejeitou a decisão do TPI, questionando a jurisdição do tribunal sobre o caso. No entanto, os juízes rejeitaram o recurso por unanimidade e emitiram os mandados. O gabinete de Netanyahu classificou a sentença de “antissemita” e “mentiras absurdas”, enquanto o líder da oposição, Yair Lapid, a chamou de “uma recompensa ao terrorismo”. O ex-primeiro-ministro israelense Naftali Bennett também criticou a decisão, considerando-a uma “vergonha” para o TPI.
O conflito na Faixa de Gaza, que se arrasta há mais de um ano, deixou milhares de mortos e devastou a região. A decisão do TPI simboliza um avanço na responsabilização por crimes graves, embora sua eficácia prática seja limitada, dado que Israel e os Estados Unidos não são membros do TPI e não reconhecem sua jurisdição.

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