Aplicativo de transporte de passageiros exclusivo para mulheres chega a Goiânia

O medo, a insegurança e o assédio sofrido por mulheres podem estar com os dias contados, ao menos durante o uso de transporte por aplicativo em Goiânia. Um serviço exclusivo para elas, inclusive com condutoras, deve começar a entrar em operação até o início de abril. O Lady Driver também está previsto para outras cidades da Região Metropolitana.

A ideia é simples: um aplicativo que atenda as necessidades das mulheres. Isso significa oferecer corridas com segurança e conforto para as interessadas e ainda transportar filhos ou idosos vinculados a elas. Para isso, a empresária Stephânia Sousa pensou em uma modalidade diferenciada para solicitar a corrida. O agendamento é a única forma de pedir o serviço já que não há a opção do tipo on demand, comum aos aplicativos tradicionais.

“As pessoas estão acostumadas a pedir a viagem para o motorista mais próximo ir, mas a nossa proposta é qualidade de vida por meio da organização do tempo tanto para a passageira quanto para a motorista. Dessa forma, um agendamento com duas horas de antecedência no mínimo pode alcançar esse objetivo. A gente quer conectar essas mulheres para tornar as suas vidas melhores”, afirma.

O aplicativo pode ser baixado e um breve cadastro permite à mulher informar se pretende ser motorista ou passageira. Para as querem apenas o deslocamento, há três opções: lady, kiddo e care. Lady seria a mulher de 18 a 65 anos interessada em viajar, o kiddo é uma funcionalidade para mães ou responsáveis femininas que criam um perfil para uma criança de 8 a 16 anos ser transportada e o care está direcionado para corrida de idosos ou idosas a partir dos 66 anos. As solicitações são feitas por somente por mulheres com dados registrados na plataforma.

No caso das motoristas, o preenchimento de um formulário seguido de um treinamento as encaminha para atender na modalidade mais adequada para o perfil da condutora. As únicas exigências são ter um carro com até dez anos de uso com quatro portas e ar condicionado, além da observação Exerce Atividade Remunerada (EAR) na carteira de motorista.

A promessa do serviço, segundo Stephânia, está na otimização tempo e clareza no retorno financeiro. É que o custo da viagem depende da relação distância e tempo, ou seja, quanto mais longe e mais demorada a viagem, mais cara. Dessa forma, a passageira e a condutora sabem exatamente quanto pagarão e quanto receberão.

“No Lady Driver não existe a tarifa dinâmica, que aumenta o valor em caso de chuva, à noite ou final de semana. E se a mulher gostar muito da condutora, ela pode prioritar, que seria torná-la favorita, e na próxima viagem, essa mesma motorista vai buscá-la. Isso gera um vínculo, uma segurança maior para a nossa usuária do serviço, algo já sentido por elas em outros estados onde temos atuação”, diz a empresária.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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