Contribuição sindical pode voltar a ser descontada do salário em breve

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Contribuição sindical pode voltar a ser descontada do salário em breve

A contribuição sindical pode voltar a ser descontada compulsoriamente do salário dos trabalhadores. A decisão acerca do tema deve ocorrer em até 90 dias com a retomada do julgamento da pauta pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O valor arrecadado pelas empresas e repassado aos sindicatos equivale a um dia de trabalho normalmente feita uma vez por ano. Estimativas apontam que essa fonte de recurso corresponde a 30% do orçamento das entidades classistas brasileiras.

Três ministros votaram a favor do retorno da cobrança para os funcionários regidos pela Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). O ministro Alexandre de Moraes votaria na última sexta-feira, 21, mas pediu vista do processo, ou seja, solicitou mais tempo para analisar o caso. Além dele, outros sete integrantes da Corte precisam se manifestar acerca do assunto. A constitucionalidade da contribuição sindical pode ser válida novamente com uma única ressalva: o direito de oposição. 

 

Na prática, o trabalhador poderia se livrar do pagamento caso se manifeste contrário de forma expressa e escrita antes da decisão nas assembleias sindicais. Atualmente, a sindicalização é facultativa, assim como a contribuição. Os sindicatos trabalhistas devem voltar a ter R$ 3 bilhões em caixa para custear atividades voltadas à categoria em prol de melhores condições de trabalho, benefícios e salários. O Brasil tem mais de 17 mil entidades classistas, de acordo com o Cadastro Nacional de Entidades Sindicais. A taxa de fidelização é de 11,2%, conforme dados de 2019 (em 2012, eram 16,1%).

 

A contribuição não se confunde com a contribuição sindical, mais conhecida como imposto sindical, que foi extinto com a reforma trabalhista de 2017 e não está sendo analisado pelos ministros neste julgamento. Desta vez, o caso voltou à tona em função de um recurso apresentado pelos sindicatos envolvidos no julgamento. Na votação, Gilmar Mendes mudou seu entendimento em relação ao julgamento da questão em 2017, quando o Supremo entendeu que a cobrança da contribuição assistencial era inconstitucional.

 

“Havendo real perigo de enfraquecimento do sistema sindical como um todo, entendo que a mudança de tais premissas e a realidade fática constatada a partir de tais alterações normativas acabam por demonstrar a necessidade de evolução do entendimento anteriormente firmado por esta Corte sobre a matéria, de forma a alinhá-lo com os ditames da Constituição Federal”, afirmou Mendes.

 

Confira o placar de votos dos ministros:

-Relator Gilmar Mendes:  a favor

– Alexandre de Moraes: pediu mais tempo para analisar o caso

-Luís Roberto Barroso:  a favor

-Carmen Lúcia:  a favor

(com informações da Agência Brasil)

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Quatro estudantes da PUC-SP são desligados após se envolverem em atos racistas durante jogo

Quatro estudantes de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) foram desligados de seus estágios em escritórios de advocacia após um vídeo viralizar nas redes sociais, mostrando atos de racismo e aporofobia cometidos durante uma partida de handebol nos Jogos Jurídicos Estaduais. O incidente ocorreu no último sábado, 17, em Americana, interior de São Paulo. Nos registros, os alunos ofenderam colegas da Universidade de São Paulo (USP), chamando-os de “cotistas” e “pobres”.

As demissões foram confirmadas por meio de notas oficiais enviadas às redações. O escritório Machado Meyer Advogados, por exemplo, anunciou a demissão de Marina Lessi de Moraes, afirmando que a decisão estava alinhada aos seus valores institucionais, com o compromisso de manter um ambiente inclusivo e respeitoso. O escritório Tortoro, Madureira e Ragazzi também confirmou a dispensa de Matheus Antiquera Leitzke, reiterando que não tolera práticas discriminatórias em suas instalações. O Castro Barros Advogados fez o mesmo, informando que Arthur Martins Henry foi desligado por atitudes incompatíveis com o ambiente da firma. O escritório Pinheiro Neto Advogados também comunicou que Tatiane Joseph Khoury não faz mais parte de sua equipe, destacando o repúdio ao racismo e qualquer forma de preconceito.

Repercussão do caso

O episódio gerou forte indignação nas redes sociais e foi amplamente criticado. O Centro Acadêmico XI de Agosto, que representa os alunos da Faculdade de Direito da USP, se manifestou, expressando “espanto, indignação e revolta” com as ofensas racistas e aporofóbicas proferidas pelos alunos da PUC-SP. A instituição ressaltou que o incidente representou uma violência contra toda a comunidade acadêmica.

Em resposta, a reitoria da PUC-SP determinou a apuração rigorosa dos fatos pela Faculdade de Direito. Em comunicado, a universidade afirmou que os responsáveis serão devidamente responsabilizados e conscientizados sobre as consequências de suas atitudes. A PUC-SP reiterou que manifestações discriminatórias são inaceitáveis e violam os princípios estabelecidos em seu Estatuto e Regimento.

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