Cotas ajudam nova geração a ter mudança de vida e dar nova “cara” ao país

Sabrina Elen conseguiu se tornar a primeira da família a entrar em uma universidade federal. O feito foi possível por intermédio de cotas, que completam dez anos de criação em 2022. A jovem é uma das milhares do País a ter acesso ao ensino superior de forma diferenciada como uma reparação histórica para promover a melhoria de vida de algumas populações, incentivar a diversidade étnico-racial e propiciar o desenvolvimento socioeconômico e científico.

A jovem de 20 anos frequenta aulas do curso de Enfermagem da Universidade Federal de Goiás (UFG) há três anos e meio onde estuda com colegas com histórias de vida semelhante: negros (48%) e estudantes de escolas públicas (52,7%). O ingresso de pessoas com cores, origens e opiniões diferentes promete fazer com que as chamadas minorias em representação ganhem mais espaço por serem maioria numérica na sociedade brasileira. 

Um dos argumentos contrários à proposta era a diferença de nível escolar entres os universitários que poderia comprometer o rendimento deles e o da própria universidade. As constantes (re) avaliações dessa política não apontou mudanças significativas nesse quesito. Os problemas de dificuldade acadêmica são comuns, mas superados com boas doses de esforço e dedicação diários. 

Eu não conseguiria ter entrado na UFG sem as cotas. Nunca senti diferença em relação aos meus colegas, apenas nos estudos. No primeiro e segundo período, a gente tem biofísica, bioquímica… São assuntos que eu nunca tinha nem visto na escola e percebia que muita gente tinha um pouco mais de facilidade”, afirma Sabrina.

A futura enfermeira ressalta que estar em uma instituição de ensino superior, especialmente pública, abre portas para um mundo de possibilidades de carreira e de vida. A universitária sonha em fazer residência multiprofissional na área de ginecologia e obstetrícia após concluir a faculdade. Ela defende que as cotas são a garantia mínima de oportunidade e defende investimentos na rede pública de ensino. “Enquanto isso não acontece, elas tornam possível o acesso de indígenas, pretos e pobres à educação, direito básico que todo mundo deveria ter”, frisa.

No entanto, cursar uma graduação representa somente um dos obstáculos enfrentados por um estudante com condições socioeconômicas restritas. A permanência é uma das dificuldades vencidas por boa parte desse público com bolsas assistenciais para alimentação, moradia e estadia no campus. No caso de Sabrina, estudar sem esse incentivo seria impossível já que o curso é integral e trabalhar em horário comercial não é uma alternativa.

Entrar, permanecer e sair

Esse percurso integra o que a Secretária de Combate ao Racismo da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Iêda Leal, considera como ponto crucial no momento. Ela ressalta que as cotas são uma forma de o governo compensar a violência sofrida pelos negros durante a escravidão e o abandono dessa população após a abolição da escravatura, em 1888. A avaliação dela é o positiva, considerando o “enegrecimento” das universidades, porém destaca a necessidade de melhorias.

“Hoje temos uma resposta com o reconhecimento e abertura para a possibilidade de negros no ensino superior, mas temos o problema de eles conseguirem permanecer e sair. Há avanços, mas precisamos de mais. Enquanto houver racismo, projetos desse tipo são importantes”, destaca.

Segundo a ativista, não faz sentido discutir o fim das políticas de cotas. Iêda acredita se tratar de uma estratégia de desenvolvimento e acolhimento do público e que a garantia de vagas pelo critério racial deve chegar ao fim, mas reforça a pertinência no atual momento do País. 

“Nos faltam oportunidades. Precisamos ocupar mais espaços de poder e a ciência precisa de pessoas que consigam compreender a diversidade de nosso País. A escola é um dos caminhos para que possamos construir um mundo bem melhor, com a diversidade étnica respeitada”, ressalta.

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Calendário de pagamento do Bolsa Família 2025 é divulgado; saiba quando recebe

Os cerca de 21 milhões de beneficiários do Bolsa Família já podem conferir a data de pagamento do programa social para o ano de 2025. O Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) divulgou o calendário dos benefícios, que ocorrerão nos últimos dez dias úteis de cada mês, de forma escalonada conforme o dígito final do Número de Inscrição Social (NIS).

Os pagamentos começarão em 20 de janeiro para as famílias com NIS de final 1 e terminarão em 23 de dezembro para as famílias com NIS de final 0. Em dezembro, o cronograma é antecipado em cerca de uma semana devido ao Natal. Esse escalonamento ajuda a organizar e facilitar o acesso aos benefícios para todos os beneficiários.

Confira o calendário:

Calendário Bolsa Família 2025

Atualização de Dados no CadÚnico

Para evitar a perda do benefício, o MDS recomenda que cada beneficiário atualize os dados dele e da família no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) a cada 24 meses. Após a aprovação do pacote de corte de gastos, o processo exigirá biometria. A pessoa responsável pela família deve ir a um posto de atendimento socioassistencial, como o Centro de Referência de Assistência Social (Cras), ou a um posto de atendimento do Cadastro Único, apresentando os documentos de cada pessoa da família e comprovando a renda domiciliar.

Para estar habilitada a receber o Bolsa Família, a família deve ter uma renda de no máximo R$ 218 mensais por integrante que vive na mesma casa. Além disso, é necessário que a família esteja inscrita no CadÚnico. O cadastramento é feito em postos de atendimento da assistência social dos municípios. Desde março de 2023, o Governo Federal garante um repasse mínimo de R$ 600 por família inscrita, com adicionais conforme a composição da família.

Adicionais e formas de recebimento

O Benefício Variável Familiar Nutriz paga seis parcelas de R$ 50 a mães de bebês de até seis meses de idade, garantindo a alimentação da criança. Além disso, o Bolsa Família oferece um acréscimo de R$ 50 a famílias com gestantes e filhos de 7 a 18 anos, e um adicional de R$ 150 a famílias com crianças de até 6 anos. Os pagamentos podem ser feitos pelo aplicativo Caixa Tem ou podem ser sacados em caixas eletrônicos por quem tem o cartão do programa social.

Quem tiver dúvidas sobre o Bolsa Família pode ligar no Disque Social, no número 121, ou acionar o canal de atendimento da Caixa Econômica Federal, por meio do número 111. Os beneficiários também podem consultar os aplicativos do Bolsa Família e da Caixa, disponíveis para download gratuito nas lojas virtuais.

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