Vacina funciona? Mais letal? Mais transmissível? A ômicron, nova variante do coronavírus, é cercada por pontos de interrogação. A mais recente descoberta da Organização Mundial da Saúde (OMS) ocasionou um novo alerta mundial.
Evidências preliminares apontam que a ômicron tem maior potencial de reinfecção. Essa é uma das poucas informações a respeito da nova variante. Ainda não se sabe se é mais transmissível, menos letal, causa menos agravamento e tem sintomas um pouco mais fortes do que as variantes até então registradas.
As infecções inicialmente relatadas ocorreram entre indivíduos mais jovens que tendem a ter sintomas mais leves, “mas entender o nível de gravidade da variante ômicron levará dias a várias semanas”, disseram especialistas do Grupo Consultivo Técnico da OMS sobre Evolução de Vírus (TAG-VE). Não há informações de que a nova variante cause sintomas diferentes da COVID-19 original.
Apesar de a vacinação ter avançado no mundo, o continente africano padece de bons números de imunização e é um risco para os países com taxas positivas. O ômicron ainda é uma incógnita e tem deixado o diretor geral da OMS, Tedros Adhanom, em alerta. Nesta segunda (29), ele afirmou que a variante “é mais uma lembrança de que embora alguns possam pensar que a covid-19 acabou, não acabou”.
O especialista afirma que 80% das doses do mundo foram para os países do G20 e acrescentou que “os países de baixa renda, sobretudo na África, mal receberam 0,6% de todas as vacinas”. Os imunizantes são na perspectiva dele, a única forma de barrar a pandemia.
Segundo o diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária(Anvisa), Antonio Torres, não há casos de ômnicron. No entanto, ele acredita que a nova cepa já esteja em circulação no país.
Vacina
Cheia de incertezas à sua volta, a ômicron talvez resista às atuais vacinas. A fabricante Pfizer se antecipou e anunciou que pretende disponibilizar uma vacina contra essa variante em pouco mais três meses. Na dúvida, continuam valendo os cuidados tradicionais contra o coronavírus: máscara, assepsia das mãos com água, sabão e/ou álcool 70% e isolamento social.
Temor
O temor por uma nova onda letal no planeta fez a maior parte dos países fechar os aeroportos para pessoas vindo de alguns países da África onde ele foi detectado pela primeira vez. O Brasil restringiu a entrada de voos de África do Sul, Botsuana, Eswatini, Lesoto, Namíbia e Zimbábue.
A medida pode ajudar, porém não deve impedir que a nova cepa se espalhe. Há casos 16 países em todos os cinco continentes. Os primeiros casos foram notificados em Botswana e África do Sul.