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CPI: Servidora diz que irmãos Miranda mentiram sobre vacinas

A CPI da Covid ouviu nesta terça-feira (6) a servidora do Ministério da Saúde Regina Célia Oliveira, responsável pelo contrato com o laboratório indiano Bharat Biotech, fabricante da vacina Covaxin. Em seu depoimento, a servidora afirmou que não identificou ”nada atípico” na fiscalização do contrato de compra das doses, alvo da investigação.

“Não achei nada atípico no processo, no que me cabe. Em relação à minha função de fiscal para fiscalizar a execução do contrato não teve nada atípico”, disse a servidora.

Regina apresentou uma versão diferente do depoimento dado pelo servidor Luis Ricardo Miranda e pelo deputado Luis Miranda (DEM-DF) na Comissão. “Não seria verdade o fato de se ter pagamento antecipado para esse contrato”, declarou a servidora, ressaltando que o pagamento apenas seria feito depois que a Anvisa aprovasse a vacina.

Aos senadores, a servidora afirmou que trabalha no perfil técnico há 26 anos e que não foi indicada por nenhum político.

A compra de doses da Covaxin voltou a ser o principal alvo das investigações da CPI. Os senadores suspeitam de um esquema de corrupção durante o governo do presidente Jair Bolsonaro.

Em depoimento a Comissão, no último dia 25, o servidor Luis Ricardo Miranda aifrmou que a importação foi autorizada por Regina Oliveira mesmo após avisar irregularidades nas informações da negociação. “Não trabalho com Luis Ricardo Miranda”, rebateu a servidora.

Ricardo Barros

Regina Célia negou durante o depoimento a influência do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros, na sua nomeação para cargos que ocupou na Pasta.

A servidora afirmou que, no contrato da Covaxin, autorizou apenas a quantidade das primeiras 3 milhões de doses a serem embarcadas no Brasil.

Além da CPI, a compra da Covaxin também é investigada pelo Tribunal de Contas da União (TCU), pela Controladoria-Geral da União (CGU) e criminalmente pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal. O contrato da compra de 20 milhões de doses que custaram R$ 1,6 bilhão foi suspenso na semana passada, após recomendação da CGU.