Criança com deficiência teria apanhado nua em creche de Santa Catarina

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Uma criança com deficiência foi agredida enquanto estava nua em uma creche de Florianópolis, capital de Santa Catarina. A dona do Colégio Floripa Bem Me Quer – Desenvolvimento e Movimento teria punido o menino, que ainda não tinha se acostumado a usar fralda, por ter feito cocô enquanto dormia.

O caso foi descrito pela por uma professora que trabalhava na creche em entrevista à NSC TV. Ela fez o relato na condição de anonimato. “A partir do momento em que ele [o menino agredido] foi desfraldado, piorou muito, porque ele não entendia nada do que as pessoas falavam. Ele não conseguia falar com a gente, então ele fazia muitas vezes na calça”, disse a ex-funcionária.

“Teve uma vez em que ele estava dormindo e, quando acordou, fez cocô dentro da sala onde estava dormindo. Eu lembro que ela, a dona do colégio, ficou totalmente fora de si. Ela levou ele para a rua, estendeu o lençol, acredito que para a câmera não pegar o que estava acontecendo, deixou ele pelado e bateu nele com chinelo”, contou.

A defesa da creche negou irregularidades. No comunicado, diz ainda que não houve qualquer ato ilícito nas dependências da escola, que estava em funcionamento desde 2016 sem receber reclamações e que a direção está a disposição das autoridades para prestar esclarecimentos.

Creche é acusada de maus-tratos à crianças

As denúncias contra a escola começou no último sábado, 2, após diversos boletins de ocorrências serem registrados por pais, professores e pedagogos na 6ª Delegacia de Polícia de Floranópolis – Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (DPCAMI). Os relatos contam que as crianças matriculadas na creche passavam fome, eram humilhadas, xingadas e trancadas em banheiros como forma de punição. Em um dos casos, as professoras conseguiram filmar a diretora do colégio, Twuisa Alexandre Marcelino, colocando um pano e apertando a cabeça de um bebê de 11 meses porque a criança estava chorando.

Nas imagens, ela aparece falando para criança parar de chorar e segura a manta do bebê como se fosse sufocá-lo.

Confira o vídeo:

Professores contaram ainda que, com frequência, ouvia reclamações dos pais em relação ao comportamento de seus filhos sem saber qual seria o motivo daquilo está acontecendo. Pressionados e cansados de ver as crianças sofrerem, os professores criaram um grupo no Whatsapp com os pais e denunciaram toda a situação.

“O nome da escola é Bem-me-quer, está localizada em Capoeiras. Trabalhei lá por algum tempo e presenciei coisas desumanas feitas com as crianças que estudavam ali. Muitas vezes tentei gravar ou fotografar o que era feito mas a dona do colégio nunca me dava uma folga para isso. Tentei denunciar no conselho tutelar várias vezes, mas me disseram que eu precisava de fotos ou vídeos”, relatou uma professora.

Outro relato era de que a diretora mantinha um aluno autista sentado o dia atrás da mesa dela, o mantendo apenas no celular e raramente o alimentava, alegando que ele não comia muita coisa. ”Os remédios que os pais mandavam para ele tomar eram jogados fora, pois ela dizia que ele cuspia nela quando tomava. Quando ele gritava ela mandava ele calar a boca, gritava com ele e, às vezes, batia também”, afirmou uma ex-funcionária.

O mesmo acontecia com outros alunos que, segundo os pais, chegavam em casa com bastante fome. Os profissionais relataram as famílias que os pequenos recebiam pouca comida no colégio e sempre era macarrão, arroz, sopa ou três rodelas de banana como lanche.

Depois das denúncias e gravações de vídeo, a escola fechou as portas e o telefone que está no site não atende mais. Os advogados da instituição divulgaram uma nota onde afirmam que os pais das crianças e profissionais estão divulgando ”fake news” nas redes sociais e que essas informações provocaram prejuízos a ponto do fechamento da escola.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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