Decisão do STJ autoriza deportação de imigrantes retidos no Aeroporto de São Paulo

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu autorizar a deportação de imigrantes ilegais retidos no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. A decisão do último domingo (1°) foi acolhida pelo presidente do STJ, ministro Herman Benjamin, após um pedido da União para suspender a liminar do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3) que proibia a deportação. Entre os fatores considerados pelo ministro estão o grande número de pessoas que utilizam o Brasil apenas como corredor de passagem para outros países, a impossibilidade de manter os imigrantes aglomerados no terminal e os riscos sanitários e de segurança que os imigrantes podem representar.

Dados da Polícia Federal, informados pelo STJ, revelam que entre 2023 e 2024, dos 8.300 requerimentos de refúgio formulados ao Brasil, apenas 117 resultaram em obtenção do registro nacional migratório e somente 262 pessoas fizeram sua inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas. Isso significa que menos de 2,5% dos migrantes que entram irregularmente no país têm como objetivo permanecer e morar no território nacional, enquanto os outros 97,5% buscam apenas alcançar outros destinos, valendo-se de um suposto pedido de refúgio que não corresponde à realidade.

O presidente do STJ alertou para a presença de uma rede profissional de tráfico internacional de pessoas que utiliza o Aeroporto Internacional de São Paulo como principal porta de entrada na América do Sul. Após conseguirem entrar no Brasil, essas pessoas são transportadas para o Acre e de lá seguem viagem em direção à fronteira dos Estados Unidos. Apesar de suspender os efeitos da liminar do TRF3, o ministro enfatizou que a Justiça continuará analisando casos individuais relacionados à imigração, desde que haja provas de vínculos do imigrante com o Brasil e de intenção em permanecer no país.

No momento, cento e oitenta e dois estrangeiros estão acampados na área restrita do Aeroporto Internacional de São Paulo aguardando a concessão de refúgio. A preocupação com a permanência desses imigrantes ilegais no país levou à decisão do STJ de autorizar a deportação, visando combater o uso do Brasil apenas como corredor de passagem para outros destinos. A situação evidencia a necessidade de medidas mais rigorosas para coibir a entrada irregular de migrantes e garantir a segurança e regularidade das fronteiras brasileiras. A decisão do STJ representa um passo importante nesse sentido, buscando controlar a entrada e permanência de estrangeiros no país de forma mais criteriosa e eficaz.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Tradição de Natal: Família de Itapetininga prepara ravioli um mês antes.

Família do interior prepara prato principal do almoço de Natal com um mês de
antecedência

Em Itapetininga (SP), há 60 anos a família Mazzarino se reúne para celebrar o
almoço de Natal com uma receita tradicional da Itália: o ravioli. Mas, para dar
conta da quantidade a produção começa um mês antes.

Família de Itapetininga mantém tradição de Natal em almoço especial

Em Itapetininga (SP), o Natal tem um sabor especial na casa da família Mazzarino. Há mais de 60 anos, a ceia natalina é marcada pela tradição de preparar ravioli, um prato que une gerações e que começa a ser preparado em novembro, um mês antes do almoço tradicional do dia 25 de dezembro.

Maria Angela Mazzarino Adas, aposentada, relembra o início da tradição ao lado do pai. “Meu pai virava o cilindro e eu acompanhava tudo desde os meus sete anos. Era uma festa: conversa daqui, histórias antigas dali, uma bagunça boa, com todo mundo participando”, conta.

A confecção do prato começou a crescer junto com a família, como relembra Inez dos Santos Mazzarino de Oliveira, também aposentada. “No início, tudo era feito na véspera do Natal, com meu pai liderando os preparativos. Mesmo depois que ele e minha mãe se foram, seguimos com a tradição. Agora, é algo que une ainda mais nossa família.”

O prato, que veio da Itália, carrega a história da família. “O ravioli era comida de ceia de festa para minha avó. Minha mãe aprendeu com ela e passou o conhecimento para as noras. Hoje, ele representa nossa identidade familiar”, explica Maria Margarida Mazzarino.

Inicialmente, a receita era preparada apenas com recheio de carne moída. Mas, com o passar dos anos, a família adaptou o prato para atender todos os gostos. “Atualmente, temos uma opção de recheio de palmito para os veganos”, comenta Regina Mazzarino.

Paulo Roberto Mazzarino destaca a importância de envolver as novas gerações. “Antes, as crianças apenas observavam o preparo. Hoje, ensinamos para elas. Temos aqui cinco ou seis crianças que já estão aprendendo e levarão essa tradição adiante.”

O aumento no número de integrantes da família levou a uma mudança nos preparativos. Se antes o prato era feito na véspera, agora as quatro irmãs da família organizam tudo com antecedência, reunindo todos em novembro para preparar a massa e os recheios.

Para a família Mazzarino, o ravioli é mais do que um alimento. “Sem ele, não é Natal”, conclui Maria Margarida.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp