O ex-presidente, Jair Bolsonaro, está no centro de uma polêmica envolvendo ações violentas dos golpistas no dia 8 de janeiro. Apesar de sua defesa afirmar que ele não teve influência nos atos de violência, a Procuradoria-Geral da República aponta que ele deu ordens para que as Forças Armadas não retirassem os acampamentos bolsonaristas montados em frente aos quartéis. Além disso, contava com o apoio popular para uma eventual intervenção militar.
Um dos elementos-chave da denúncia da PGR é o depoimento de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que confirmou a intenção do ex-presidente de manter a mobilização dos manifestantes para convencer o Exército a apoiar um golpe. Mesmo com o comandante da Marinha defendendo a minuta do golpe, a defesa de Bolsonaro nega qualquer participação dele em ações violentas.
A estratégia da defesa é sustentar que não há provas concretas ligando Bolsonaro a atos de violência para promover um golpe contra o Estado Democrático de Direito. Apesar de ter discutido uma minuta que previa anular as eleições, ele não assinou o documento por considerar que não teria respaldo do Congresso Nacional. A articulação entre a equipe de Bolsonaro e os acampados é mencionada no relatório da Polícia Federal.
Ao admitir que discutiu o documento com os comandantes das Forças Armadas, Bolsonaro mostra-se envolvido no contexto dos acontecimentos do dia 8 de janeiro. A presença do ex-ministro Braga Netto como contato entre Bolsonaro e os manifestantes acampados reforça a ligação entre as partes que participaram da invasão e da depredação dos prédios dos Três Poderes.
A defesa de Bolsonaro terá o desafio de desvinculá-lo das ações violentas que ocorreram no dia 8 de janeiro, reforçando a posição de que ele não influenciou nem participou ativamente de decisões que levassem a um golpe. O embate judicial em torno dessas acusações promete ser intenso, com argumentos e contra-argumentos sobre a responsabilidade do ex-presidente nos eventos violentos daquele dia.