Deputados estaduais devem trocar de partido esta semana

A ‘janela partidária’ está aberta desde a última quinta-feira (8), para que deputados federais e estaduais troquem de partido sem o risco de perder os mandatos por infidelidade partidária. Pelo menos oito dos 41 deputados estaduais goianos deveram assinar filiação em novos partidos esta semana. A troca de legenda ainda é muito precoce, mas vários deputados estaduais já manifestaram o “troca-troca” que pode ser feito até o dia 7 de abril. O PR goiano pode perder quatro nomes de peso na política goiana. A exemplo de Claúdio Meirelles que deixará o PR para se filiar ao PP ou ao PTB. O federal Waldir Soares deve trocar o PR pelo PSL e engrossar a ‘bancada da metralhadora’, de apoio a Jair Bolsonaro. Na Assembleia Legislativa, Álvaro Guimarães e Dr. Antônio estão sendo assediados pelo DEM de Ronaldo Caiado, mas não oficializaram abandono ao PR.
O republicano Álvaro Guimarães, diz não ter motivos para trocar de partido, mas não nega que tem sido assediado pelo DEM de Caiado, inclusive para apoio de candidatura. “Não gosto de mudar de partido, nem tenho motivos para sair do PR. Tenho sido procurado por lideranças de vários partidos, mas não defini nada ainda. Tenho até o dia 7 de abril para deixar ou não o PR. Vamos esperar”, esquivou.
A janela deve ser usada também pelos estaduais Carlos Antônio que deixa o PSDB pelo PTB, desde que tenha o consentimento do governador Marconi Perillo; Lucas Calil (PSL), tende a fechar filiação com o PP e Lincoln Tejota deixará o PSD para fortalecer a bancada do Pros em Goiás. O vereador Lucas Kitão estuda propostas do PSD e PTB. A indecisão pela legenda vai depender dos benefícios negociados, mas certamente o PSL perderá o vereador, que há algum tempo tem se mostrado descontente com a sigla. A troca de partidos até o dia 7 de abril desenha o apoio dos parlamentares a quem já se declarou pré-candidato na disputa ao governo do estado.
Os federais Wilder Morais (PP) e Alexandre Baldy (Sem partido) ainda negociam legenda para o DEM e PP, respectivamente.
O que é e como funciona a “janela partidária”
A medida começou a valer desde 2016, e de acordo com a legislação eleitoral, o político só pode mudar de partido sem risco de perder o mandato quando houver incorporação ou fusão do partido; quando há a criação de novo partido; desvio no programa partidário ou grave discriminação pessoal. Mas, em 2015, o Congresso incorporou a possibilidade de desfiliação, sem justificativa, durante a janela em ano eleitoral. Se o parlamentar se desfiliar do partido fora do período da janela, sem justa causa, a legenda pode recorrer à Justiça Eleitoral e pedir a perda do mandato por infidelidade partidária, pois o entendimento é que o mandato pertence ao partido, e não ao eleito.
A troca de legendas durante a janela, contudo, não altera a distribuição do dinheiro do Fundo Partidário, nem o tempo de propaganda nas rádios e tvs de cada legenda. A única exceção é se os deputados mudarem para um partido recém-criado.
Quem já trocou?
Pelo menos 15 deputados federais já trocaram de legenda partidária, sendo 6 para o PSL; 4 para o DEM; 1 para o PCdoB; 1 para o PT; 1 para o Pros; 1 para o PHS e 1 para o PR.
 
QUADRO:
André Amaral (PB) – MDB – Pros
Altineu Côrtes – MDB – PR
Celso Pansera (RJ) – MDB – PT
Cícero Almeida – sem partido – PHS
Delegado Waldir (GO) – PR – PSL
Delegado Eder Mauro (PA) – PSD – PSL
Delegado Francischini (PR) – SD – PSL
Eduardo Bolsonaro (SP) – PSC – PSL
Gilvaldo Vieira (ES) – OS – PcdoB
Heráclito Fortes (PI) – PSB – DEM
Jair Bolsonaro (RJ) – PSC – PSL
João Paulo Kleinubing (SC) – PSD – DEM
Laura Carneiro (RJ – sem partido – DEM
Marcelo Álvaro Antônio (MG) – PR – PSL
Sérgio Zveiter (RJ) – Pode – DEM
Patrícia Santana

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Quem é o vereador que jogou mais de R$ 200 mil fora antes de ser preso pela PF

Vereador Joga R$ 220 Mil Pela Janela Antes da Prisão

Na manhã de 10 de dezembro, o vereador Francisco Nascimento, de Campo Formoso (BA), foi preso pela Polícia Federal (PF) durante a Operação Overclean. Antes de ser detido, Nascimento tentou se livrar de uma sacola contendo mais de R$ 220 mil em espécie, jogando-a pela janela de sua residência. No entanto, a ação não foi suficiente para evitar a apreensão do dinheiro pela PF.

Francisco Nascimento, primo do deputado federal Elmar Nascimento (União-BA), é suspeito de participar de um esquema de desvio de verbas de emendas parlamentares através do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS). A operação, realizada em parceria com a Receita Federal, a Controladoria-Geral da União (CGU) e o Ministério Público Federal (MPF), também contou com o apoio da Agência Americana de Investigações de Segurança Interna (Homeland Security Investigations – HSI).

As investigações indicam que o grupo suspeito direcionou recursos públicos de emendas parlamentares e convênios para empresas e indivíduos ligados a administrações municipais, por meio de superfaturamento em obras e desvio de recursos. A operação resultou em 17 mandados de prisão preventiva, com pelo menos 15 cumpridos, e 43 mandados de busca e apreensão.

Além do dinheiro encontrado com Nascimento, outro alvo da operação, Flavio Henrique Lacerda Pimenta, teve R$ 700 mil em espécie apreendidos. A PF também apreendeu joias com a simbologia do Senhor do Bonfim, relógios de luxo e mais uma quantia de dinheiro em espécie.

A organização criminosa é suspeita de ter movimentado cerca de R$ 1,4 bilhão, incluindo R$ 825 milhões em contratos firmados com órgãos públicos apenas em 2024. O grupo realizava a lavagem de dinheiro de forma sofisticada, utilizando empresas de fachada controladas por laranjas e grande fluxo de dinheiro em espécie para mascarar a origem dos recursos desviados.

A atuação do grupo envolvia operadores centrais e regionais que cooptavam servidores públicos para obter vantagens ilícitas, tanto no direcionamento quanto na execução de contratos. Após a celebração dos contratos fraudulentos, as empresas envolvidas superfaturavam valores e aplicavam sobrepreços, repassando propinas por meio de empresas de fachada ou métodos que ocultavam a origem dos recursos.

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