Última atualização 08/08/2020 | 19:09
As ruas de Beirute, capital do Líbano, foram tomadas por manifestantes neste sábado, dia 8. Eles pedem justiça para as vítimas da explosão no porto da cidade, que deixou mais de 6 mil feridos, 300 mil desabrigados e até então, 158 mortos confirmados.
Os manifestantes culpam a classe política pela explosão no que ficou conhecido como “dia de fúria”. Eles ocuparam prédios do governo, como os ministérios de Relações Exteriores, Economia e Energia e a Associação Libanesa de Bancos. A polícia dispersou as multidões com gás lacrimogênio.
Em discurso televisionado neste sábado, o primeiro-ministro libanês, Hassan Diab, anunciou que pretende antecipar as eleições no país. O governante avaliou que apenas “eleições antecipadas podem permitir a saída da crise estrutural”, e disse ainda que está disposto a permanecer no poder por dois meses, enquanto as forças políticas trabalham nesse sentido.
Um porta-voz da corporação informou que um policial morreu ao cair no poço de um elevador em um prédio próximo, após ser perseguido pelos manifestantes. As pessoas que foram às ruas disseram que os políticos deveriam ser enforcados e punidos pela negligência que, segundo eles, levou à gigantesca explosão de terça-feira que matou 158 pessoas e feriu outras 6.000.
Os manifestantes gritavam “o povo quer a queda do regime”, bordão popular durante a Primavera Árabe, em 2011: “Revolução. Revolução”. E seguravam cartazes que diziam: “Saiam, vocês são todos assassinos”.