Última atualização 05/08/2022 | 17:31
Para muitas pessoas ela é a melhor amiga, para outros é indispensável, principalmente no final de semana. No entanto, há também quem não goste. Mas cai entre nós, a ‘braba’ possui um amarguinho difícil de confundir. Assim é a cerveja, que de tão especial, possui até mesmo um dia próprio, comemorado nesta sexta-feira, 5.
O produto é tão querido entre os brasileiros, que o país ocupa a terceira posição no ranking de consumidores, sendo responsável por 7% do consumo mundial. Em primeiro lugar está a China (27%) e em seguida os Estados Unidos (13%).
O Brasil, inclusive, também é considerado o terceiro maior produtor mundial da bebida, abrigando 1.383 empresas do ramo. Segundo o Ministério da Agricultura, apenas no ano passado, os empresários do ramo foram responsáveis por comercializar um total de 14,3 bilhões de litros da ‘gelada’.
Entretanto, para a bebida chegar aos copos dos consumidores é preciso uma série de processos, que conta com protagonismo de agricultores e muito trabalho de preparação. Isso porque tudo se inicia no campo, onde se é produzido um dos principais ingredientes da cerveja, o lúpulo, que é usado para dar amargor, sabor, aroma e propriedades bacteriostáticas.
“Primeiro a gente precisa escolher as matérias primas, verificar a origem delas. O processo laboratorial não é legal, além de ser cansativo. Desde a escolha dos grãos até a cerveja ficar pronta leva cerca de seis horas, dependendo do procedimento. Depois que ela está pronta, aí sim vem a parte boa de trabalhar com a cerveja”, explicou o empresário e mestre cervejeiro, Gustavo Lepesqueur.
Gustavo montou um cervejaria artesanal juntamente com 12 amigos. Ele conta que a princípio, a ideia era apenas produzir uma bebidas para que eles brindassem durante encontros. Porém, com o passar dos anos, surgiu o sonho de comercializa-la.
Lucros da cerveja artesanal
O empresário conta que o período da pandemia foi desafiador, mas a partir daí a cervejaria, sediada em Unaí, Minas Gerais, começou a vender a crescer. No entanto, os lucros ainda não são o suficiente para manter Gustavo e os amigos. Ele, que também é agrônomo, explicou em entrevista ao Diário do Estado que custo para manter uma cervejaria é alto, principalmente para fazer com que a bebida chegue às prateleiras.
“Atualmente não é minha fonte exclusiva de renda. Porque como é um trabalho que tem um custo elevado, as margens de lucros não são elevadas. Todo esse processo até chegar nas ruas, aí tem as questões de impostos que no Brasil são elevados. Então pra gente chegar na prateleira com preço justo para consumidor, estreita a nossa margem de lucro”, explicou Gustavo.
Porém, o empresário que está no ramo desde 2015, pretende aumentar a produção da empresa, e consequentemente, expandir a marca. Atualmente eles fornecem a bebida para Unaí, Belo Horizonte e Brasília.
“A ideia é que nós 13 sócios, um dia passamos apenas tocar o nosso negócio. Vender aqui e ali. E dar conta de aumentar o tamanho da empresa a ponto de trabalhar somente nela”, concluiu o mestre cervejeiro.
Aumento
O aumento dos insumos para produzir a cerveja, fez com que o produto também aumentasse. Em apenas um ano, a bebida aumentou 9,38%. Nos últimos 12 meses, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado ficou em 11,89%. No mesmo período, a cerveja, que representa até 60% do faturamento dos bares goianos, subiu 8,41%. No setor cervejeiro, os reajustes costumam acontecer entre setembro e outubro, mas esse ano o valor foi reajustado em julho, conforme a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel).
“Já houve um aumento de parte da indústria. Porém, a outra parte já anunciou esse reajuste. Com certeza vai ter aumento no cardápio, visto que não é só a cerveja que está mais cara, mas também os produtos alimentícios. Além disso há também o gás e a energia que também aumentaram. Porém, o repasse dos bares e restaurantes está abaixo da inflação, a gente está segurando os preços. Entretanto, com mais esse aumento não temos outra alternativa a não aumentar o valor dos produtos”, explicou Danillo Ramos, presidente da Abrasel.
Como surgiu?
O Dia Internacional da Cerveja foi criado em 2007, em Santa Cruz, na Califórnia, nos Estados Unidos, quando quatro amigos em uma mesa de bar, resolveram celebrar a data. Hoje, o Dia da Cerveja é motivo de confraternização do calendário em mais de 80 países, entre eles o Brasil.