Dados da pesquisa “International Women’s Day”, realizada pela Ipsos, revela que dois em cada dez brasileiros (21%) afirmam que presenciaram uma mulher ser assediada sexualmente no país no último ano. O número é acima da média mundial, que é de 14%. Com 32 nações participantes, o levantamento mostrou que o país com a pior porcentagem foi a Tailândia, com 30%. Já na outra ponta está o Japão, com 4%.
Além disso, a pesquisa mostrou que quase quatro em cada dez brasileiros (36%) afirmaram que presenciaram comentários sexistas dentro do seu ciclo de convívio no último ano. Estatística também acima da média global, de 27%.
O Chile lidera o ranking, com 45%. Já o Japão é o último colocado, onde apenas 6% dos entrevistados afirmaram que presenciaram comentários sexistas no ano passado.
A pesquisa “International Women’s Day” foi realizada de forma on-line, com 22.508 entrevistados, sendo mil brasileiros, com idade entre 16 e 74 anos, entre os dias 22 de dezembro de 2022 e 6 de janeiro de 2023.
Importunação
Pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgada na última quinta-feira, 2, mostra que, em 2022, 30 milhões de mulheres sofreram algum tipo de assédio no Brasil. É o equivalente a uma mulher assediada a cada um segundo.
Segundo o estudo “Visível e Invisível: a Vitimização das Mulheres no Brasil”, esse é o maior número desde 2017, quando a pesquisa começou a ser feita. Foram ouvidas 2.017 pessoas em 126 municípios, representando uma amostragem que reflete a população brasileira adulta com mais de 16 anos.
Também é recorde o número de mulheres que sofreram algum tipo de violência ou agressão: 18,6 milhões, ou quase 51 mil por dia. Se procurassem ajuda ao mesmo tempo, não haveria sequer garantia de atendimento a todas, afirma o levantamento. Todas as modalidades de violência registraram aumento em comparação com o último estudo, de 2021.