Fica preparado: eleitor pode ‘virar’ mesário durante a votação

Fica preparado: eleitor pode ‘virar’ mesário durante a votação

O eleitor que não foi convocado para ser mesário nas eleições deste domingo, 2, ainda poderá ocupar o cargo caso seja chamado enquanto vota. É, você que pensou ter ‘se livrado’ ou que não conseguiu a vaga ainda pode trabalhar. 

Para tirar suas dúvidas, o Diário do Estado separou informações sobre o tema. O artigo 119 do Código Eleitoral (Lei nº 4.737/1965) determina que cada seção eleitoral tenha uma mesa receptora de votos. 

A mesa receptora é composta por um presidente, um primeiro e um segundo mesários, além de dois secretários e um suplente. Todos são nomeados pelo juiz eleitoral, de acordo com informações do Tribunal Superior Eleitoral (TRE).

Caso haja imprevistos no dia da eleição, os mesários substituirão o presidente, de modo que haja sempre quem responda pessoalmente pela ordem e regularidade do processo eleitoral, e assinarão a ata da eleição, segundo o artigo 123 do Código Eleitoral. 

Nomeação 

Caso algum dos mesários não compareça ou se ausente, o presidente da mesa poderá nomear, destinado a essa finalidade, qualquer eleitor que cumpra os pré-requisitos para ser um mesário, e que esteja no local, de acordo com o artigo 123, inciso 3.

O preenchimento das vagas fica disponível até a véspera da realização do pleito, por conta de acontecimentos inesperados, mas há pena para quem não comparecer. Se você for convocado a mesário, mas não trabalhar no dia da eleição, deverá apresentar justa causa ao juiz eleitoral em até 30 dias da data do pleito. 

Caso contrário, será aplicada uma multa cobrada por meio da Guia de Recolhimento da União (GRU). Se o mesário faltoso for servidor público ou autárquico, a pena será de suspensão de até 15 dias. Quem não apresentar a justificativa também poderá pagar multa, cujo valor será arbitrado pelo juiz eleitoral. 

A quantia é calculada em função do salário mínimo (R$ 1.212,00) e pode variar de 50% a 100% do total, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Todas as penas serão aplicadas em dobro se a Mesa Receptora deixar de funcionar por culpa dos faltosos, bem como ao membro que deixar os trabalhos durante a votação e não apresentar justificativa ao juiz em até três dias do fato.

O que faz cada mesário? 

Existem dois tipos de mesários presentes em cada seção. Um deles é o presidente da seção, responsável por manter a ordem no local, resolver problemas, tirar dúvidas, comunicar ao juiz eleitoral sobre crimes e nomear eleitores para substituir mesários que tenham faltado no dia da eleição. 

É ele também quem começa e termina cada votação ao digitar o número do título do eleitor no terminal. Além disso, é o encarregado de fazer a entrega dos materiais usados na data e distribuir as responsabilidades entre os outros mesários quando o dia de votação é encerrado.

Os outros mesários são responsáveis por colher a assinatura do eleitor no caderno de votação, liberar a urna eletrônica, entregar os comprovantes de votação, preencher a ata da mesa para registro de todas as ocorrências do dia e orientar eleitores na fila de espera. 

Devem também controlar a entrada e a movimentação dentro da seção eleitoral e verificar se o preenchimento do formulário de Requerimento de Justificativa Eleitoral está sendo feito de forma correta.

Posso ser mesário? 

Os mesários são nomeados, de preferência, entre os eleitores da própria seção eleitoral. O cartório eleitoral procura selecionar os diplomados em escola superior, professores e serventuários da Justiça. A Justiça Eleitoral também recebe inscrições de voluntários. Pessoas maiores de 18 anos e em situação regular com a Justiça Eleitoral podem exercer a função. 

Já menores de 18 anos, as candidatas e os candidatos, seus cônjuges e seus parentes, ainda que por afinidade, até o segundo grau inclusive, membros de diretórios de partidos políticos caso exerçam função executiva, autoridades e agentes policiais, funcionários e funcionárias no desempenho de cargos de confiança do Executivo, não.

Além disso, não podem exercer a função ocupantes dos cargos de agente de segurança penitenciária, agente de escolta e vigilância penitenciária e guardas civis municipais, mesmo que a título voluntário (conforme Ofício-Circular TRE/SP nº 3.825/10). 

Existem benefícios para quem trabalha como mesário na eleição. São dois dias de folga para cada dia trabalhado como mesário, além de dois dias de folga para cada dia de treinamento oferecido pela Justiça Eleitoral. 

O mesário recebe um certificado dos serviços prestados à Justiça Eleitoral, auxílio-alimentação no dia da eleição, tem preferência no desempate em concursos públicos (desde que previsto em edital) e pode utilizar das horas trabalhadas para atividades complementares em faculdades.

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Gabinete de transição ganha reforço com Simone Tebet e Kátia Abreu 

Duas semanas após as eleições, o grupo de trabalho responsável pela transição do governo para a posse Lula ganhará reforços. Na lista de integrantes do gabinete que devem ser nomeados estão a ex-presidenciável Simone Tebet, a filha do cantor Gilberto Gil, Bela Gil, e a ex-ministra da Agricultura, Kátia Abreu. Os nomes foram anunciados pelo vice-presidente eleito e coordenador do trabalho, Geraldo Alckmin,  nesta segunda-feira. Ao todo são 31 grupos técnicos.

Gil e Tebet fazem parte do tópico Desenvolvimento Social e Combate a Fome, enquanto Abreu de Agricultura, Pecuária e Abastecimento. As áreas ainda sem nomes definidos são Infraestrutura, Minas e Energia, Previdência Social, Trabalho, Ciência, Tecnologia e Inovação, Desenvolvimento Agrário, Pesca e Turismo. (Veja abaixo todos os nomeados no gabinete de transição).

Na semana passada, a goiana Iêda Leal  foi incluída no grupo para cuidar do eixo e Igualdade Racial com outras seis pessoas, incluindo a ex-ministra da área na gestão de Dilma Rousseff, Nilma Gomes. As outras formações para discussão e planejamento são  Comunicação, Igualdade Racial, Direitos Humanos, Planejamento, Orçamento e Gestão, Indústria, Comércio, Serviços e Pequenas Empresas e Mulheres. 

Há 20 anos, uma lei federal garante acesso de uma equipe formada por 50  pessoas e de um coordenador a informações e dados de instituições públicas. A medida visa colaborar no planejamento de ações a partir da posse do presidente eleito. O trabalho está autorizado a  começar no segundo dia útil do anúncio do vencedor da eleição e deve ser finalizada até o décimo dia após a posse presidencial.

Confira a lista completa dos integrantes do gabinete de transição:

Economia

-Persio Arida, banqueiro, foi presidente do BNDES e do BC

-Guilherme Mello, economista, colaborou com o programa de Lula

-Nelson Barbosa, ex-ministro da Fazenda e do Planejamento de Dilma (PT)

-André Lara Resende, economista e um dos pais do Plano Real

Planejamento, Orçamento e Gestão

-Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda e do Planejamento 

-Esther Dweck, professora da UFRJ

-Antônio Correia Lacerda, presidente do Conselho Federal de -Economia

-Enio Verri, deputado federal (PT-PR)

Comunicações

-Paulo Bernardo, ministro das Comunicações de Dilma

-Jorge Bittar, ex-deputado (PT)

-Cézar Alvarez, ex-secretário no Ministério das Comunicações

-Alessandra Orofino, especialista em economia e direitos humanos

Indústria, Comércio e Serviços

-Luciano Coutinho, ex-presidente do BNDES sob Lula e sob Dilma (2007-2016)

-Germano Rigotto, ex-governador do RS (MDB)

-Jackson Schneider, executivo da Embraer e ex-presidente da Anfavea

-Rafael Lucchesi, Senai Nacional

-Marcelo Ramos, deputado federal (PSD-AM)

Micro e Pequenas Empresas

-Tatiana Conceição Valente, especialista em economia solidária

-Paulo Okamotto, ex-presidente do Sebrae

-André Ceciliano, candidato derrotado ao Senado pelo PT no Rio

-Paulo Feldmann, professor da USP

Desenvolvimento Social e Combate à fome

-Simone Tebet, senadora (MDB)

-André Quintão, deputado estadual (PT-MG), sociólogo e assistente social

-Márcia Lopes, ministra de Desenvolvimento Social e Combate à Fome no governo Lula

-Tereza Campello, ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome no governo Dilma Rousseff

-Bela Gil, apresentadora

Agricultura, Pecuária e Abastecimento

-Carlos Fávaro, senador (PSD-MT)

-Kátia Abreu, senadora (Progressistas-TO)

-Carlos Ernesto Augustin, empresário

-Neri Geller, deputado (PP-MT)

Cidades

-Márcio França, ex-governador de São Paulo (PSB)

-João Campos, prefeito do Recife (PSB)

Desenvolvimento Regional

-Randolfe Rodrigues, senador (Rede-AP)

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