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Em Anápolis, 50 vítimas de cárcere privado e tortura são resgatadas em clínica clandestina

Última atualização 30/08/2023 | 11:43

Cerca de 50 vítimas, com idades entre 14 e 96 anos, foram resgatadas de uma clínica clandestina onde eram mantidos em cárcere privado, na zona rural de Anápolis, a 55 km de Goiânia. De acordo com a Polícia Civil de Goiás (PCGO), no local havia deficientes intelectuais, cadeirantes, autistas e dependentes químicos.

Entenda o caso

A operação foi deflagrada nesta terça-feira, 29, após um idoso de 96 anos dar entrada em um hospital do município lesões pelo corpo, desnutrição e mal cheiro. Segundo as investigações, eles foram levados de forma ilegal e involuntária ao local, onde eram confinados mediante ao pagamento de um salário mínimo mensal.

Muitos deles eram trancados em ambientes insalubres, com alimentação precária, sem medicação e nenhum acompanhamento médico ou psicológico, sendo vítimas de diversos tipos de tortura física e psicológicas. Ainda de acordo com a corporação, as vítimas não podiam manter contato com os familiares e nem receberem visita.

“Todos estavam de forma irregular. A clínica também não existe pois não possui documentos, nenhum registro dos órgãos competentes”, informou o delegado Manoel Vanderic, responsável pelo caso.

As vítimas foram encontradas com lesões graves em todo o corpo, apresentando também desnutrição e confusão mental compatível com sedação. Todos foram acolhidos pelos serviços de saúde mental e assistência social da Prefeitura de Anápolis e passaram a madrugada recebendo alimentação, higiene e primeiros socorros no estádio do município. Alguns deles precisaram ser hospitalizados e foram resgatados pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

Cinco pessoas foram presas em flagrante, sendo eles, a proprietária do local e quatro funcionários que agrediam as vítimas fisicamente, na tentativa de contê-los. Um dos acusados, marido da proprietária do local, acabou conseguindo fugir e segue sendo procurado. Eles foram recolhidos até o presídio e devem responder pelos crimes de tortura e cárcere privado.

A polícia informou que grande parte das vítimas resgatadas são de outras cidades do país e receberam o acompanhamento para identificação de familiares.