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Em Goiás, combate à insegurança alimentar ganha reforço com projeto especial

Última atualização 14/02/2022 | 19:56

A melhor ilustração dos reflexos socioeconômicos da pandemia é a mesa das famílias mais pobres. Um levantamento da Unicef, o órgão das Nações Unidas para os direitos das crianças, apontou que a alimentação de mais da metade dos entrevistados piorou nesse período, especialmente a das crianças. Apesar da transferência de renda de programas sociais já consolidados em nível nacional, as goianas receberam uma ajuda extra com um projeto especial.

O “Mães de Goiás” assiste cerca de cem mil famílias com um cartão de R$ 250 por mês para mães com filhos de até seis anos de idade e em situação de vulnerabilidade a serem utilizados na compra de mantimentos e remédios em estabelecimentos cadastrados nas cidades do estado.

O benefício se baseia dos dados o Cadastro Único do Governo Federal (CadÚnico) e dura um ano, prorrogável por mais três. O dinheiro é um reforço ao orçamento familiar, considerando que a inflação achatou o poder de compra de itens básicos da alimentação da população.

Na pesquisa da Unicef, os dados constataram que 72% das crianças com menos de 6 anos de idade beneficiárias do Bolsa Família (agora ampliado e com o nome Auxílio Brasil) receberam alimentação insuficiente ou deixaram de fazer refeições em função da diminuição na renda de suas famílias. O número é ainda mais assustador se for levado em conta o impacto da insegurança alimentar para as futuras gerações.

A desnutrição infantil compromete a saúde física e cognitiva dos pequenos e o progresso do País. Nessa fase da vida ocorrem 90% das conexões cerebrais e o desenvolvimento psicomotor que, se afetados, podem comprometer a capacidade produtiva na vida adulta.

No entanto, o problema não se restringe à falta de nutrientes na primeira infância porque engloba a qualidade da comida das crianças. A prevalência de consumo de ultraprocessados tende a desenvolver adultos com doenças cardíacas e metabólicas, como a obesidade.

Sabor, custo e praticidade levaram 80% dos entrevistados no estudo do Unicef a alimentarem as crianças com pelo menos um tipo de item desse grupo de alimentos no dia anterior à pesquisa, com destaque para biscoitos e bolachas recheadas, bebidas açucaradas e doces e guloseimas.