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Em Goiás, entregadores por app temem impacto com saída da 99Food do mercado

Última atualização 05/01/2023 | 17:04

O fim da operação da 99Food reduz a opção de fonte de renda de cerca de 8,5 trabalhadores que atuam em Goiás, sendo 3 mil apenas em Goiânia, e pode gerar monopólio do mercado de entrega de comida. A operadora  de app seguiu a decisão da Uber, que em 2019 interrompeu o serviço da Uber Eats no Brasil, e decidiu investir no chamado marketplace – plataforma que reúne empresas que comercializam pratos e lanches. A interrupção da atividade será em 28 de fevereiro.

 

“Vai prejudicar os profissionais que estão vivendo do aplicativo de entregas. A questão do monopólio também é uma preocupação porque o IFood vai predominar na cidade. É um prejuízo enorme. Além disso,os estabelecimentos terão que contratar de forma individual e particular seus entregadores”, afirma representante dos profissionais por app de Goiás, Miguel Veloso.

 

O anúncio pode estar relacionado à concorrência com coma  gigante iFood, que tem espaço em todo o País, e coincide com a possibilidade de regulação do trabalho em app’s dentro do governo Lula. O grupo de motoristas defende a intervenção estatal. A expectativa é que não o vínculo, mas a relação de trabalho ganhe amparo jurídico-legal. Uma das propostas é conceder direitos trabalhistas equiparando com as pessoas regidas pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). 

 

“Ele ganhou falando que iria ajudar os motoristas de aplicativo, que não estão no rol de atividades do Ministério do Trabalho. Por isso as empresas fazem o que fazem, porque não tem leis suficientes que possam ajudar esse público tanto de carro quanto de moto. Nossa esperança é que o Lula nos ajude.

 

A rotina longa e extenuante de trabalho sem pontos de apoio, alta de custos como o dos combustíveis, além do risco fazem parte da rotina de muitos goianos e goianas que dependem das entregas de comida para sustentarem as suas famílias. “O pagamento é feito conforme a distância do local de entrega. O valor mínimo pago era de R$ 3,50, uma taxa muito baixa, então a pessoa tem que trabalhar muito para compensar, de 12 a 16 horas por dia, porque também  tem a taxa do app”, explica Miguel.

 

A Aliança dos Entregadores de Aplicativos está orquestrando uma paralisação da categoria em 25 de janeiro. Até o momento, trabalhadores de  Brasília, Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo confirmaram participação. Eles querem participar da articulação de regulação do setor junto ao governo federal.