As crianças goianas estão tendo mais complicações em decorrência da Covid-19. A média mensal de crianças menores de 10 anos de idade internadas com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no estado já é 56% maior entre, janeiro e maio, em comparação com os dados de 2022. O número de óbitos dos pequenos também assusta: eles são quase a metade dos registrados no ano passado.
O levantamento feito pela Secretaria Estadual de Saúde (SES Goiás) a pedido da reportagem do Diário do Estado contabiliza ainda a SRAG causada por outros microorganismos. Nesse cenário, a estatística também é motivo de alerta: o número de mortes de crianças nos cinco primeiros meses de 2022 representa 67,3% dos que ocorrem no ano passado e o de internação correspondem a 63,3% do total de 2021.
Em 2022, a Síndrome exigiu cuidados hospitalares intensivos para 1.553 meninos e meninas e causou a morte de 51 meninos e meninas, incluindo todas as causas. Confira abaixo a tabela com as informações em detalhe:
A tendência, segundo o boletim da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) publicado nesta quarta (01), é que o coronavírus permaneça como o segundo maior causado de SRAG em crianças de 0 a 4 anos de idade. Segundo os pesquisadores, a explicação é o aumento de casos de Covid na população em geral. Nas demais faixas etárias, a covid se mantém como predominante nos casos com identificação laboratorial.
Segundo o estudo, Goiás é um dos 20 estados brasileiros com sinal de crescimento na tendência de longo prazo para SRAG e Goiânia é uma das 19 do País com a mesma projeção. A SRAG é causada por uma pneumonia que pode ser causada por bactérias, vírus, como o do novo coronavírus, ou fungo.
Um dos principais sintomas é a dificuldade para respirar devido à menor quantidade de oxigênio no sangue, o que demanda internação da pessoa com a doença. Atualmente, há 74 leitos de UTI Pediátrica na rede pública estadual de saúde e 605 leitos de UTI Adulto.
A gravidade da doença, considerada uma das complicações da covid, pode ser evitada com a vacinação. Apesar disso, a resistência de pais e responsáveis com a aplicação de doses faz com que os pequenos sejam mais expostos ao vírus. A desconfiança pode ser retratada em números já que menos da metade (48,5%) do público infantil de 5 a 11 anos apto a ser vacinado no estado recebeu uma dose da vacina, conforme a SES Goiás.