Em Goiás, paradesporto começa a se destacar com novos atletas

Thais Fraga paradesporto Goiás

O paradesporto já é uma realidade em Goiás. Com categorias específicas e possibilidade de constante evolução, cada vez mais pessoas se voltam a essa área para desenvolvimento pessoal e profissional. O Diário do Estado reuniu algumas informações para fornecer um melhor panorama das modalidades no estado.

Oportunidade e visibilidade

Em 2008, Thais Fraga Severo sofreu um acidente automobilístico, ficando paraplégica. No ano seguinte, com apenas 16 anos de idade, a goianiense conheceu o esporte na Associação de Deficientes Físicos do Estado de Goiás (ADFEGO).

“Na Associação, me convidaram a conhecer a modalidade e me identifiquei de cara. Experimentei o basquete e o vôlei sentado, mas nenhum fez sentido para mim”, relata.

Foi então que Thais conheceu a categoria paradesportiva de tênis. Com inspiração na sueca Anna Carin, medalhista em Londres, Rio de Janeiro e Tóquio, Thais conseguiu participar dos Jogos Paralímpicos do Rio em 2016. “Não fui muito bem, mas a experiência de estar com os melhores do mundo foi maravilhosa”, afirma.

Atualmente, a paratenista goiana está na briga por um espaço no Mundial da Espanha. No momento, figura em 18º lugar no ranking, sendo que os 19 melhores se classificam. Porém, pode ser que ela caia algumas posições na virada do mês, já que não conseguiu participar de um torneio no México por problemas no visto.

A próxima competição de Thais Fraga começa no dia 8 de julho, em Buenos Aires, na Argentina. Apesar de estar mirando o Mundial da Espanha em sua categoria, o grande objetivo é disputar os Jogos Paralímpicos da França, em 2024.

O paradesporto em Goiás

De acordo com Thais Fraga, o paradesporto em Goiás está em constante evolução. “O esporte paralímpico tem tido muita visibilidade pelos resultados obtidos. Nós aqui do tênis de mesa, do clube da ADFEGO, somos o número um do Brasil, isso é um trabalho de equipe”, declara.

Nas Paralimpíadas de Tóquio, por exemplo, que ocorreram no ano passado, 12 atletas representaram o estado na competição internacional. Foram eles Ádria Silva, Jani Freitas e Nurya Silva (vôlei sentado); Hélcio Perillo e Jane Karla Gogel (tiro com arco); Millena França e Lethicia Lacerda (tênis de mesa); Ruiter Gonçalves e Vanilton Filho (natação); Rodrigo Parreira (atletismo); Ercileide Laurinda (bocha); e Carlos Alberto Soares (ciclismo).

“No momento atual, vejo que passamos por um processo de reestruturação do movimento paralímpico a partir da implantação dos Centros de Referência Paralímpico (CRP). É uma política do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), do qual somos parceiros com uma unidade no município de Goiânia”, afirma João Turíbio, diretor de paradesporto da Secretaria Municipal dos Esportes (SMESP).

De acordo com ele, atualmente a modalidade com mais clubes e atletas é o basquete em cadeira de rodas. No entanto, também há espaço para outros como natação, futebol de 5, goalball, tênis de mesa e parabadminton.

Neste fim de semana, inclusive, haverá uma competição em Brasília. A partir do sábado, 25, acontece o Campeonato Brasiliense de Paradminton, na Associação de Centro de Treinamento de Educação Física Especial (CETEFE).

A delegação goiana enviará cerca de 24 pessoas, entre atletas e comissão técnica. A equipe iniciou os trabalhos em 2018 e hoje conta com cinco atletas no ranking mundial da modalidade. Os atletas treinam na Associação dos Surdos de Goiânia, parceria que a SMESP mantém desde maio de 2021.

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Ano agitado no Flamengo: Filipe Luís assume, Gabigol sai e nova diretoria toma posse

Retrospectiva 2024: título com Filipe Luís, fim da era Gabigol e troca de diretoria marcam ano do Flamengo

Tite conquista o Carioca para espantar sombras de 2023, mas vive oscilação e não escapa da demissão em uma temporada em que o clube sofreu com lesões e clima quente nos bastidores políticos.

Depois de um 2023 amargo e sem títulos, o Flamengo precisava se reerguer neste ano. E foi uma temporada intensa. 2024 reservou dois títulos ao clube, mas também confusão dentro e fora de campo e algumas despedidas.

O clube apostou em Tite, voltou a levantar troféus e ergueu o Carioca de forma invicta. No entanto, com o técnico, o ano também se desenhou conturbado com inúmeras lesões, eliminação precoce na Libertadores, futebol raramente vistoso, além da relação agitada com Gabigol. Tudo isso resultou na demissão do treinador no fim de setembro.

A reta final da temporada trouxe um certo alento com a chegada de Filipe Luís, que conquistou a Copa do Brasil para salvar o ano com um título de expressão. A taça, no entanto, não foi suficiente para manter a gestão de Rodolfo Landim no poder. Após seis anos, o Flamengo terá uma nova diretoria: Luiz Eduardo Baptista, o Bap, foi eleito para o próximo triênio.

CAMPANHA QUASE PERFEITA NO CARIOCA

O 38º título estadual do Rubro-Negro foi conquistado com números expressivos. Com Tite, o Flamengo fez valer o equilíbrio – palavra-chave do treinador – e se negou a sofrer na competição. O clube foi campeão invicto e com a melhor defesa da história do Carioca: 11 vitórias, quatro empates e apenas um gol sofrido. O gol foi sofrido pelo time alternativo, diga-se.

IRREGULARIDADE NA LIBERTADORES

A campanha em busca da Glória Eterna foi irregular. Em nenhum momento o Flamengo encantou e acabou eliminado antes das semifinais pelo segundo ano seguido. Em um grupo com adversários mais fracos, o Flamengo de Tite oscilou muito e se classificou às oitavas somente na última rodada com uma vitória sobre o Millionarios, no Maracanã. No mata-mata, o Flamengo venceu o Bolívar por 2 a 0 como mandante e sofreu para se classificar na altitude de La Paz, na derrota por 1 a 0. Nessa altura, Tite já era alvo de críticas, mas foi mantido até as quartas de final, quando o Flamengo foi eliminado pelo Peñarol. O Rubro-Negro perdeu por um gol no Maracanã e não conseguiu reverter no Uruguai.

LESÕES ATRAPALHAM TITE – E O ANO DO FLAMENGO

A grande sequência de jogos para alguns jogadores, no entanto, cobrou um preço alto. No segundo semestre problemas clínicos começaram a assombrar. Algumas graves lesões tiraram jogadores importantes da temporada. Casos de Everton Cebolinha (ruptura do tendão de Aquiles) e Pedro (ruptura do ligamento cruzado anterior), por exemplo. Além de Viña, que rompeu o cruzado e teve uma fratura da tíbia. Mas outros atletas também marcaram presença no DM: Arrascaeta, De la Cruz e Michael com lesões musculares. Além de Luiz Araújo, com uma fratura na cartilagem, que o tirou da reta decisiva da temporada. No início do ano, Gerson foi desfalque por cerca de dois meses por um diagnóstico de uma hidronefrose com infecção renal, que fez o jogador passar por uma cirurgia no rim.

QUASE R$ 300 MILHÕES EM INVESTIMENTO

O Flamengo agitou o Natal passado com a contratação de De la Cruz como o primeiro reforço do ano. Os R$ 78,2 milhões pagos à vista foram simbólicos e uma ideia do que o Rubro-Negro poderia fazer na janela. Logo depois, Viña e Léo Ortiz chegaram para completar o elenco na primeira janela. Depois do Carioca, Carlinhos foi contratado após se destacar pelo Nova Iguaçu. A segunda janela, no meio do ano, deu o que falar. O clube precisou agir às pressas para suprir as carências do elenco devido às lesões. No apagar das luzes, o Flamengo contratou Michael, Alex Sandro, Alcaraz e Plata. Os dois primeiros vieram livres, enquanto o argentino se tornou a contratação mais cara da história do clube (R$ 110,6 milhões).

O SONHO DO ESTÁDIO

O Flamengo deu o primeiro passo para a construção de seu estádio próprio. Depois de meses em negociação com a Prefeitura do Rio e com a Caixa, o Rubro-Negro arrematou o terreno do Gasômetro em um leilão após a desapropriação ter sido anunciada pelo prefeito Eduardo Paes. No dia 31 de julho, o clube comprou o terreno por R$ 138,1 milhões que era o lance mínimo do leilão. No mês seguinte, precisou pagar mais R$ 7,8 milhões pelo terreno após perícia. O valor total foi de pouco mais de R$ 145 milhões.

CHEGADA DE FILIPE LUÍS SALVA O ANO

Na mesma nota em que anunciou a demissão de Tite, o Flamengo apresentou Filipe Luís como novo técnico. O ídolo estava no sub-20 e recebeu a sua primeira oportunidade no profissional. Quis o destino que ele assumisse na semifinal da Copa do Brasil, título que veio a conquistar pouco tempo depois. O Flamengo já havia passado por Amazonas, Palmeiras e Bahia na competição. Em sua estreia, venceu o Corinthians por 1 a 0 no Maracanã e se classificou na volta no empate sem gols e com um jogador a menos (Bruno Henrique foi expulso no primeiro tempo) na NeoQuímica. Foram apenas quatro jogos para coroar o primeiro título de Filipe Luís como treinador profissional. A final foi emblemática com uma vitória simbólica no jogo de ida por 3 a 1, e o título sendo erguido na Arena MRV após um 1 a 0, com gol de Plata. Além disso, o time voltou a jogar um bom futebol sob o comando do ex-lateral.

O (AGITADO) ADEUS DE GABIGOL

O último ano de contrato de um dos maiores ídolos da história do clube foi bastante conturbado. Gabigol começa a temporada com a denúncia da tentativa de fraude do exame antidoping, que o causou uma punição de dois anos de suspensão. O atacante, até hoje, atua sob efeito suspensivo conseguido junto ao CAS e ainda aguarda julgamento. Esta, no entanto, não foi a única polêmica. O interesse do Corinthians foi um dos destaques e ganhou ainda mais atenção após Gabigol ter tido uma foto vazada com a camisa do rival paulista quando estava em casa com seus amigos. O episódio fez o atacante ser punido com a perda da camisa 10, além de uma multa. Enquanto a negociação com o Flamengo estava parada após o clube voltar atrás nos valores acordados inicialmente, o jogador ficou livre no mercado e recebeu do Palmeiras um pré-contrato para assinar. Gabigol não assinou o documento, mesmo vivendo uma temporada como reserva e um status de preterido por Tite. Foram poucos jogos e minutos com o treinador. O cenário melhorou com a chegada de Filipe Luís, e o atacante, aos poucos, recuperou o seu espaço. Gabigol fez, inclusive, dois gols na vitória por 3 a 1 sobre o Atlético-MG, no primeiro jogo da decisão da Copa do Brasil.

NOVA GESTÃO E OS NOVOS ARES

O ano foi marcado por eleições. Foram meses de campanha dos dois principais candidatos: Rodrigo Dunshee (candidato da situação) e Luiz Eduardo Baptista (principal candidato de oposição). Bap venceu o pleito com ampla maioria: 1.731 votos contra 1.166 votos. O terceiro lugar foi de Mauricio Gomes de Mattos, com 363 votos. A vitória de Bap marca da gestão de Rodolfo Landim no clube. O atual presidente estava na campanha de Dunshee e seria o CEO do clube em caso de vitória. O mandatário eleito tomou posse na última semana e teve o seu primeiro ato: anunciou José Boto como diretor de futebol e a permanência de Filipe Luís como treinador. Bap terá a caneta a partir de 1º de janeiro, mas sua gestão já começa a fazer as mudanças e o planejamento para 2025. No elenco já houve a primeira mudança: a gestão optou pela não renovação do contrato de David Luiz.

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