Em Orlando, Bolsonaro diz que sente saudades de ser deputado federal

Em Orlando, Bolsonaro diz que sente saudades de ser deputado federal

Durante a cerimônia de inauguração do Vice-Consulado do Brasil, em Orlando, nos Estados Unidos, o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse ter saudade da época em que era deputado federal, porque tinha ”tranquilidade durante a semana”. O chefe do Estado desembarcou no país americano na quarta-feira, 8, para participar da Cúpula das América.

“Entendo que a Presidência é uma missão de Deus, porque não é fácil estar à frente do Executivo. Eu era feliz na Câmara [dos Deputados] e não sabia, porque dava para eu ter meus momentos de tranquilidade durante a semana. Aqui, raro é o domingo em que eu tenho um momento de tranquilidade, mas é passageiro”, disse Bolsonaro.

O presidente reforçou ainda o discurso acerca da ”liberdade”. Segundo ele, o Brasil, assim como o Estados Unidos, preza pela questão de ”valores”.

“Confessei para Biden, que, desde criança, admirei o povo americano. Temos muita identidade, em especial, na questão de valores, no tocante à liberdade de religião. Essa liberdade também é o bem maior que qualquer povo pode ter, a liberdade de expressão, na sua forma mais ampla possível”, afirmou.

Bolsonaro não deixou de citar a eleição de 2018, referindo-se aos brasileiros que moram nos Estados Unidos como ”parte sadia”, já que 90% deles votaram nele no referido ano.

“Aqui, também teremos urnas, como no mundo todo. Em 2018, ultrapassamos 90% dos votos conseguidos nessas regiões. Aqui, é um retrato da grande parte sadia do povo brasileiro, que busca oportunidades que não conseguem em seu país, ou que acompanham parentes bem sucedidos fora do Brasil”, pontuou.

Bolsonaro participa de motociata em Orlando

Após a inauguração do Vice-Consulado, o presidente Jair Bolsonaro (PL) participou de uma motociata organizada por apoiadores em Orlando, na Flórida (EUA).

Em discurso a apoiadores, o presidente diz que o mundo vive ”problemas sérios” nas questões econômica, mas que há uma luta do ”bem contra o mal” em alguns países, como o Brasil.

“Nós temos algo muito importante para defender: temos princípios, temos uma tradição e temos liberdade. Nós somos contra o aborto, contra a ideologia de gênero, contra a liberação das drogas. Defendemos a família, a propriedade privada, a liberdade do armamento. Somos pessoais normais”, disse Bolsonaro. “Podemos até viver sem oxigênio, mas jamais sem liberdade”.

Bolsonaro também afirmou que planeja encontrar o ex-mandatário norte-americano Donald Trump antes das eleições no Brasil, em outubro. Ele ainda confirmo que poderia ter encontrado com Trump nessa visita, mas que o momento não era adequado.

“Conversei com ele esta semana e convidei como sempre. Ele quer, dois meses antes da eleição, encontrar comigo aqui [nos Estados Unidos] ou lá [no Brail]”, disse.

Também participou do evento o blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, foragido nos Estados Unidos e alvo de uma ordem de prisão preventiva expedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O apoiador ironizou a sua situação com a justiça brasileira.

“O Xandão não queria que eu participasse de motociata no Brasil. Olha o que Deus faz, traz a motociata para cá”, disse Allan, em uma transmissão nas redes sociais. Mais cedo, o blogueiro cumprimentou apoiadores do presidente e disse se tratava do “Datapovo”.

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Quatro estudantes da PUC-SP são desligados após se envolverem em atos racistas durante jogo

Quatro estudantes de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) foram desligados de seus estágios em escritórios de advocacia após um vídeo viralizar nas redes sociais, mostrando atos de racismo e aporofobia cometidos durante uma partida de handebol nos Jogos Jurídicos Estaduais. O incidente ocorreu no último sábado, 17, em Americana, interior de São Paulo. Nos registros, os alunos ofenderam colegas da Universidade de São Paulo (USP), chamando-os de “cotistas” e “pobres”.

As demissões foram confirmadas por meio de notas oficiais enviadas às redações. O escritório Machado Meyer Advogados, por exemplo, anunciou a demissão de Marina Lessi de Moraes, afirmando que a decisão estava alinhada aos seus valores institucionais, com o compromisso de manter um ambiente inclusivo e respeitoso. O escritório Tortoro, Madureira e Ragazzi também confirmou a dispensa de Matheus Antiquera Leitzke, reiterando que não tolera práticas discriminatórias em suas instalações. O Castro Barros Advogados fez o mesmo, informando que Arthur Martins Henry foi desligado por atitudes incompatíveis com o ambiente da firma. O escritório Pinheiro Neto Advogados também comunicou que Tatiane Joseph Khoury não faz mais parte de sua equipe, destacando o repúdio ao racismo e qualquer forma de preconceito.

Repercussão do caso

O episódio gerou forte indignação nas redes sociais e foi amplamente criticado. O Centro Acadêmico XI de Agosto, que representa os alunos da Faculdade de Direito da USP, se manifestou, expressando “espanto, indignação e revolta” com as ofensas racistas e aporofóbicas proferidas pelos alunos da PUC-SP. A instituição ressaltou que o incidente representou uma violência contra toda a comunidade acadêmica.

Em resposta, a reitoria da PUC-SP determinou a apuração rigorosa dos fatos pela Faculdade de Direito. Em comunicado, a universidade afirmou que os responsáveis serão devidamente responsabilizados e conscientizados sobre as consequências de suas atitudes. A PUC-SP reiterou que manifestações discriminatórias são inaceitáveis e violam os princípios estabelecidos em seu Estatuto e Regimento.

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