Entregadores de aplicativo protestam em frente a condomínio contra racismo

Entregadores de aplicativo protestaram em frente a um condomínio na Vila Alpes nesta sexta (21) contra racismo após um morador reclamar da cor do homem que levou o pedido. Cerca de 100 motociclistas se reuniram em solidariedade a Cleiton Cruvinel, de 41 anos. O caso ocorreu ontem, quinta (21), por volta da meia-noite. Ele deve registrar ocorrência na delegacia neste sábado (22).

O cliente entrou em contato com o estabelecimento e pediu um açaí. Logo após a solicitação, enviou uma mensagem para saber a localização do entregador já que não queria que o interfone fosse tocado. Quando Cleiton chegou ao condomínio permaneceu de máscara e foi ofendido pelo homem. Ele voltou à empresa e soube que o morador havia avaliado mal o local e reclamado pelo serviço ter sido feito por um “entregador negro”.

“O rapaz desceu e senti que ele me olhou indiferente. Quando voltei para a lanchonete vi o comentário no aplicativo. E olha que não sou negro, mas estava de máscara. Muito constrangedor. Estou abalado”, contou.

Indignado, o dono da empresa, Wanderley Souza, respondeu ao homem. “Super desagradável seu comentário, desmerecer alguém por sua cor”, escreveu. “Seja mais humano, você não é melhor que ninguém, pois somos todos iguais, independente de cor e raça. Respeita as pessoas”, completou.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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