Um vídeo gravado por estudantes da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) mostra um professor agredindo um aluno e com uma faca na mão, durante uma manifestação. O caso aconteceu na manhã desta terça-feira, 03, e a Unicamp enviou ao Jornal Diário do Estado (DE) uma nota sobre o posicionamento da Universidade, juntamente com uma carta de princípios.
No conteúdo divulgado nas redes sociais do Diretório Central dos Estudantes (DCE) e pela codeputada estadual de São Paulo Mônica Seixas (PSOL). Em um dos vídeos do Diretório, Gustavo Bispo de 20 anos, diretor do DCE, explicou que a Unicamp amanheceu paralisada e que tudo começou após uma tentativa de diálogo com o docente.
“Queria denunciar o absurdo que acaba de acontecer aqui na Unicamp. Hoje, num momento em que a Unicamp amanheceu paralisada, ao tentar um diálogo com um professor sobre a paralisação, ele pegou no meu braço, me jogou no chão e levantou uma faca para mim, vindo para cima. Graças a correria dos estudantes que a gente conseguiu correr disso, mas um professor tentou esfaquear um estudante”, relatou.
Em um outro vídeo, Gustavo diz que os estudantes estão paralisados em busca de direitos e melhorias na Universidade. “É um absurdo que esse tipo de professor ainda esteja na Universidade e que os estudantes não tenham sua liberdade de lutar”, afirmou.
Outro estudante agredido
Um segundo estudante, que se identifica como João Gabriel e integra o Centro Acadêmico de Filosofia, também relatou ter sido agredido pelo mesmo professor. Além disso, ressaltou a importância de que os estudantes estejam cientes sobre a luta dos estudantes.
“Os estudantes cercaram o prédio para evitar que ele fugisse enquanto o segurança do campus vinha para retirar ele. Nesse processo, ele atirou spray de pimenta na minha cara, a gente teve que fazer um certo ‘rola’ ali para conseguir segurar ele e a segurança conseguir deter”, contou.
Nota Unicamp
Em nota enviada ao DE, a reitoria da Unicamp afirmou repudiar os atos de violência, sobretudo contra os estudantes. Leia na íntegra abaixo.
A Reitoria da Unicamp vem a público repudiar os atos de violência praticados no campus de Barão Geraldo, nesta manhã do dia 03 de outubro. A conduta do docente, para além do inquérito policial instaurado, será averiguada por meio dos procedimentos administrativos adequados e serão tomadas as medidas cabíveis. Ressalte-se, ainda, que a Reitoria vem alertando que a proliferação de atos de violência com justificativa ou motivação política não é salutar para a convivência entre diferentes. É preciso, nesse momento, calma e serenidade para que os conflitos sejam tratados de forma adequada e os problemas, dirimidos.
A paralisação é estadual em protesto aos projetos de privatização do governo do Estado e em apoio ao movimento da USP, que pede a contratação de professores.
Uma parte dos estudantes da Universidade aderiu a essa paralisação, com a adesão e apoio também do Sindicatos dos Trabalhadores da Unicamp (STU).
Além disso, a Unicamp enviou ao DE uma carta de princípios, reafirmando que a Universidade repudia preconceito e violência, e que reconhece a liberdade de investigação e expressão. Na carta, a instituição diz ainda respeitar a dignidade das pessoas e seus direitos fundamentais, acreditar na diversidade como aporte para o conhecimento científico, considerar que a inclusão parte da excelência acadêmica, e que as atividades são conduzidas com ética, responsabilidade e integridade.
Veja o vídeo da agressão:
Ver essa foto no Instagram
Uma publicação compartilhada por Diário do Estado (@jornal_diariodoestado)