Estudantes se adaptam à nova lei de restrição de celulares nas escolas: ‘Não sinto mais ansiedade’, diz aluna

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Estudantes se adaptam à rotina sem celular nas escolas: ‘Nem fico mais ansiosa esperando notificação’, diz aluna

Sancionada em janeiro pelo presidente Lula (PT), nova lei, que restringe o uso de celulares no ambiente escolar, vale para toda a educação básica.

Diário do Estado

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Com o retorno das aulas na rede pública estadual, nesta segunda-feira (11), todas as escolas de Minas Gerais já deram início ao ano letivo. Na semana passada, a rede municipal e os colégios particulares voltaram das férias. O desafio de colocar em prática a nova lei que restringe o uso de celulares no ambiente escolar é comum a todas elas.

Diferentes estratégias têm sido adotadas pelas escolas e redes de ensino, já que a lei não estabelece diretrizes de aplicação nem define punições para quem desobedecer.

Na Escola Estadual Afonso Pena, no Centro de Belo Horizonte, o diretor Orlando Almeida comemorou não ter registrado ocorrências no primeiro dia de aula. Para garantir o cumprimento da lei e a adaptação dos alunos, funcionários da escola vão supervisionar os recreios, que contarão com novas atividades.

>”Vamos incrementar as atrações para que eles não sintam a falta do celular. Além do futebol que já acontecia, disponibilizamos jogos de xadrez e damas, e vamos tentar comprar mesa de totó e pingue-pongue”, disse o diretor.

Orlando Almeida, diretor da Escola Estadual Afonso Pena, na Av. João Pinheiro, Centro de BH.

Em um colégio particular na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, as estudantes do terceiro ano do ensino médio Rafaela, Natália e Gabriela já se sentem adaptadas.

>”Na semana passada, a gente procurava o celular no bolso e assustava de não estar lá, mas agora já acostumei”, disse Rafaela.

Natália achou que a medida melhorou a convivência com os colegas e deu maior liberdade.

>”Eu já estou gostando, parece que estamos conversando mais com os colegas. Ficou melhor. Estou mais livre com o celular guardado”.

Já Gabriela disse que se sente mais “tranquila” com o celular guardado.

>”Toda hora eu pegava meu celular para mexer, agora deixo desligado. Nem fico mais ansiosa esperando ver alguma notificação”, contou.

Celular proibido nas escolas?

Mãe dos gêmeos Francesco e Giuseppe, de 13 anos, a cirurgiã plástica Sumara Barral afirmou que a mudança repercutiu de forma positiva também na rotina dela.

>”Antes meu celular ficava ‘apitando’, e eu achava que eram os meninos na escola. Agora tenho certeza de que não é mensagem deles. Então, também estou conseguindo focar mais nas minhas atividades enquanto eles estão na escola. Se eles precisarem de alguma coisa, é a escola que vai entrar em contato com a gente”, disse.

Estudante do segundo ano do ensino médio, Giovana falou que entende que a mudança é necessária, mas acredita que, com o passar do tempo, pode ter problemas.

>”Minha questão é se em algum momento eu tiver algum problema e quiser falar com meus pais, sem querer falar na escola. Aí não vou poder falar com eles porque não tem como”.

Em nota, o Ministério da Educação esclareceu que o uso de aparelhos eletrônicos é restrito, mas não proibido, e que a medida visa melhorar a aprendizagem.

>”Vale lembrar que a lei não proíbe totalmente o uso de celulares, mas restringe seu uso durante aulas, recreios e intervalos, para que os alunos possam se concentrar nas atividades diárias e interagir com outras pessoas. O uso ainda é permitido para fins pedagógicos com autorização do professor e para casos de acessibilidade, saúde e segurança . Assim, a medida visa salvaguardar a saúde mental, física e psíquica de crianças e adolescentes, promovendo um ambiente escolar mais saudável e equilibrado”.

A Lei nº 15.100, sancionada pelo presidente Lula (PT) em 13 de janeiro, restringe o uso de celulares e outros dispositivos eletrônicos portáteis, como tablets e relógios inteligentes durante as aulas, recreios, intervalos e atividades extracurriculares.

A medida vale para estudantes da educação infantil, ensino fundamental e ensino médio da rede pública e particular. Há exceções para o uso de celulares com finalidade pedagógica, com autorização do professor, e em casos de acessibilidade, saúde e segurança.

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