Eurovision muda regras de votação para conter influência estatal nas votações
Alterações recentes foram anunciadas pelos organizadores do Eurovision visando limitar a interferência estatal nas votações do famoso concurso de música. Com o objetivo de reforçar a imparcialidade e evitar promoções coordenadas por governos, as novas regras determinam que governos e terceiros não devem promover de forma desproporcional as canções para influenciar os eleitores. Em caso de violação dessas diretrizes, estão previstas sanções.
Uma das razões para essa mudança foi a participação polêmica de Israel no Eurovision deste ano. Yuval Raphael, uma sobrevivente de um ataque do grupo terrorista palestino Hamas, conquistou o segundo lugar na competição, gerando questionamentos nas redes sociais sobre a transparência do sistema de votação. Essas controvérsias levaram os organizadores a revisarem as regras, visando garantir a integridade do concurso.
Críticos consideraram a participação de Israel injustamente impulsionada por promoção estatal, o que vai contra o espírito da competição que ocorre há décadas. Frequentemente acusado de difamação global, Israel se defende afirmando que está sendo injustamente demonizado desde o início do conflito em Gaza. A missão permanente israelense em Genebra optou por não comentar sobre as acusações levantadas.
Diante desse cenário, a União Europeia de Radiodifusão (EBU) optou por reintroduzir o júri profissional ampliado na semifinal do Eurovision. Este júri terá cerca de 50% dos votos, enquanto a outra metade permanecerá como votação pública. Além disso, o público agora terá um limite de 10 votos, ao invés dos 20 votos anteriores. A ideia é incentivar os fãs a dividirem seu apoio entre diferentes participantes.
Segundo o diretor do Eurovision, Martin Green, é fundamental manter o concurso como um espaço neutro e livre de instrumentalizações. As novas regras visam garantir que a competição continue sendo uma celebração da música e da unidade, sem interferências externas que possam comprometer a integridade do evento. Membros da EBU se reunirão em breve para discutir a participação israelense na próxima edição do concurso.
Diversos países, como Holanda, Eslovênia, Islândia, Irlanda e Espanha, manifestaram o desejo de excluir Israel do Eurovision devido às polêmicas envolvendo o país. Israel, por sua vez, nega visar civis em seus ataques em Gaza e alega ser alvo de uma demonização injusta no cenário internacional. A solicitação de divulgação dos dados de votação do Eurovision por parte de alguns membros do Parlamento Europeu ressalta a importância da transparência na competição.




