Ex-agentes do INSS condenados por fraudes em benefícios no Maranhão: Justiça determina ressarcimento e punições severas

Justiça condena ex-agentes do INSS por concederem mais de 60 benefícios indevidos no Maranhão

Entre os benefícios concedidos estão aposentadorias por tempo de contribuição, utilizando dados falsos. Crimes aconteceram em Viana, cidade a 217 km de São Luís.

A Justiça Federal condenou dois ex-agentes do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) por improbidade administrativa ao concederem 62 benefícios previdenciários indevidamente em Viana, cidade 217 km de São Luís.

A condenação é fruto de uma investigação feita pelo Ministério Público Federal (MPF). Entre os benefícios concedidos estão aposentadorias por tempo de contribuição, utilizando dados falsos.

Os condenados eram agentes de portaria e agentes administrativos de autarquia previdenciária. Eles inseriam os dados falsos no sistema e as irregularidades incluíram majoração de contribuição, apresentação de vínculos empregatícios fictícios, a utilização de documentos falsos e a conversão indevida de tempo de contribuição especial em comum sem análise técnica.

A investigação contou com informações de um processo administrativo disciplinar (PAD) do INSS, que resultou na demissão dos funcionários após uma auditoria interna, realizada em 2005. Foram identificadas diversas irregularidades em suas condutas na concessão dos benefícios previdenciários.

Segundo as investigações, o agente administrativo da agência habilitou e concedeu, pelo menos, 36 benefícios de aposentadoria por tempo de contribuição, sem a avaliação técnica para verificar se o segurado realmente havia sido exposto a agentes nocivos. Ele também habilitou vínculos empregatícios que não eram autênticos.

Já o agente de portaria manipulou diversas conversões indevidas de tempo especial para comum e reconheceu vínculos empregatícios que não existiam, resultando na concessão indevida de 16 benefícios previdenciários.

O MPF constatou que a maior parte dos benefícios foi requerida na ausência do segurado ou de um representante legal e foram solicitados por meio de intermediários, que em troca de seus serviços, recebiam gratificações.

A partir da ação, a Justiça Federal condenou os dois réus a ressarcir R$ 1.387.494,55 ao INSS, com correção monetária e juros, desde a data em que os pagamentos foram feitos, além do pagamento de multa civil em valor equivalente ao dano suportado pelo INSS.

Os ex-agentes também foram condenados à perda de qualquer cargo público no momento do trânsito em julgado da condenação, à suspensão dos direitos políticos e à proibição de firmar contratos com a administração pública por 8 e 10 anos, respectivamente.

Além da condenação por improbidade administrativa, os réus ainda respondem a uma ação penal também na Justiça Federal.

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Condições de saneamento básico alarmantes para população indígena no Maranhão, aponta IBGE

Condições de saneamento básico para população Indígena no Maranhão são alarmantes, aponta IBGE

A pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela dados preocupantes sobre as condições de saneamento básico entre a população indígena no Maranhão.

Índios Guajajaras em ritual no Maranhão — Foto: Divulgação/Fundação Nacional dos Povos Indígenas

Uma nova pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela dados preocupantes sobre as condições de saneamento básico entre a população indígena no Maranhão. Os recortes da pesquisa foram feitos separando as condições dos domicílios indígenas que vivem na zona urbana e rural. Apesar de 98,5% da população indígena do Maranhão estar radicada na Amazônia Legal, as condições de saneamento básico permanecem precárias.

Segundo o IBGE, no Maranhão, 59% das residências não estão ligadas à rede de esgoto ou não possuem fossa séptica. Para os moradores indígenas, esse percentual sobe alarmantemente para 90,3%. Em comparação, a média de domicílios sem estrutura de saneamento básico no Brasil é de 24,3%, independentemente da etnia. No entanto, quando se trata de moradias indígenas em áreas rurais, o cenário é ainda mais preocupante: 97% das áreas habitadas por indígenas não possuem forma adequada de esgotamento sanitário.

Um exemplo dessa realidade é a comunidade Guajajara, que vive no Parque Amazonas há 24 anos e é a única comunidade indígena em Imperatriz. Composta por 13 famílias, a comunidade não tem acesso a banheiros adequados. As condições de higiene são mínimas; os moradores construíram uma barraca onde todos tomam banho. O cacique Eduardo Guajajara relata que receberam três caixas d’água doadas, que são enchidas manualmente. Ele utiliza um carro de mão para buscar água na única torneira do terreno, recurso utilizado para tomar banho, preparar alimentos e lavar roupas.

De acordo com o censo do IBGE de 2022, o Maranhão possui 750 localidades indígenas e é o estado da região Nordeste com o maior quantitativo dessa população. Para cada cem indígenas no Brasil, cerca de oito residem no Maranhão, que concentra o quarto maior percentual entre os 26 estados e o Distrito Federal.

40% da população indígena no Maranhão não tem banheiro em casa

A situação é alarmante, revelando a urgente necessidade de investimentos e políticas públicas voltadas para melhorar as condições de saneamento básico para a população indígena no Maranhão. A falta de acesso a banheiros adequados e sistemas de esgoto impacta diretamente na saúde e qualidade de vida dessas comunidades, evidenciando a importância de medidas efetivas para garantir um ambiente mais saudável e digno para todos os cidadãos, independentemente de sua etnia. É fundamental promover a conscientização e mobilização social para que a situação seja revertida e as comunidades indígenas possam desfrutar de condições de vida mais adequadas e dignas.

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