Faixa exclusiva para ônibus garante segurança de condutores e fluidez no trânsito

Implantadas em 2012, as faixas exclusivas para ônibus reduziram significativamente a letalidade no trânsito de Goiânia, além de significarem um ganho no tempo de viagem dos ônibus. No corredor da Avenida T-63, por exemplo, a fluidez aumentou de 14% a 26% em horários críticos.

O prefeito de Goiânia, Rogério Cruz, informa que a Capital licita a construção de 10,4 quilômetros do corredor preferencial de ônibus da T-7 e revitaliza o corredor da Avenida T-9 pelo Programa 500 km, que também beneficiará o corredor da Avenida 85. “A intenção é melhorar cada vez mais a mobilidade em nossa cidade”, explica.

O funcionamento da faixa exclusiva de ônibus em Goiânia (Avenida 85, Avenida T-63, Avenida T-7 e Corredor Universitário) é simples e obedece às regras estabelecidas pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran). Para acessar uma garagem, um estabelecimento comercial ou realizar conversão à direita para as ruas transversais àquelas vias com faixas exclusivas, o motorista deve notar a linha tracejada pintada no asfalto.

A Mobilidade frisa que os motoristas devem respeitar esse espaço dedicado aos ônibus, previsto no Código Brasileiro de Trânsito (CTB). Segundo a legislação vigente, transitar pela faixa exclusiva é infração de natureza gravíssima com multa no valor de R$ 293,47 e perda de sete pontos na carteira de habilitação.

Em 2021 e 2022, foram registradas 54.341 e 94.312 autuações respectivamente, todas por meio de equipamento eletrônico. “Para se ter uma ideia, em 2023 já registramos 66.502, esse número coloca a infração em segundo lugar no raking de autuações na Capital, perdendo apenas para o excesso de velocidade. Este é um número que preocupa, pois além do nosso trabalho educativo precisamos contar com o bom senso e respeito às leis de trânsito por parte dos condutores”, explica o titular da Mobilidade, Marcelo Torrubia.

“A faixa exclusiva existe para garantir segurança aos demais usuários da via pública em relação a um veículo de grande porte. E vale lembrar que, em Goiânia, táxis e veículos do transporte escolar têm a permissão de transitar pelo corredor”, detalha Torrubia.

Tecnicamente, o ônibus exige um tempo maior de distância e parada, além da existência de campos cegos que podem “esconder” outros condutores, dentre eles, ciclistas, motociclistas e automóveis menores. As estatísticas mostram que os acidentes relacionados a pontos cegos aumentaram nos últimos anos, tornando-se um problema preocupante. Qualquer manobra que se fizer com um veículo de grande porte pode gerar um acidente de trânsito.

A Prefeitura de Goiânia tem trabalhado no sentido de conscientizar a população e coibir as imprudências. Além dos equipamentos eletrônicos que registram o veículo que transita, os agentes fazem o trabalho de monitoramento nos corredores. O tema é abordado em empresas, escolas e faculdades com objetivo de alertar os condutores para que eles não transitem no local destinado aos ônibus.

Fluidez

De acordo com o estudo “Os Impactos Desiguais do Congestionamento Urbano no Acesso a Empregos”, publicado em setembro deste ano pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Goiânia é o município com menos limitações impostas pelos congestionamentos na perspectiva de acesso às oportunidades de trabalho, em comparação com os horários de trânsito livre.

“Além dos corredores, temos implantado novos bilhetes, em um sistema moderno e funcional que diminui o tempo das viagens e estimula o uso do transporte público, tirando carros de circulação e dando maior fluidez ao trânsito”, destaca o presidente da Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC), Tarcísio Abreu.

Com a conclusão do BRT Norte/Sul, entre o Terminal Recanto do Bosque e o Terminal do Cruzeiro, em Aparecida, a Capital contará com 121 linhas conectadas, 36 estações e uma velocidade média entre 22 e 26 km/h. A operação, com uma extensão de 29,6 km, resultará em uma redução considerável no tempo de viagem. Uma ação que impactará a vida de 150 mil pessoas todos os meses.

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Ponte TO-MA: Agência irá avaliar qualidade da água de rio após queda de ponte

A Agência Nacional de Águas (ANA) anunciou nesta terça-feira, 24, que está avaliando a qualidade da água no Rio Tocantins, na área onde desabou a ponte Juscelino Kubitschek, entre os municípios de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA). Essa medida se justifica devido à informação de que alguns dos caminhões que caíram no rio após a queda da ponte carregavam pesticidas e outros compostos químicos.

O foco das análises está no abastecimento de água a jusante (rio abaixo) a partir do local do acidente. A ANA, em conjunto com a Secretaria de Meio Ambiente do Maranhão, vai determinar os parâmetros básicos de qualidade da água e coletar amostras para as análises ambulatoriais. O objetivo é detectar os principais princípios ativos dos pesticidas potencialmente lançados na coluna d’água do rio Tocantins.

As notas fiscais dos caminhões envolvidos no desabamento apontam quantidades consideráveis de defensivos agrícolas e ácido sulfúrico na carga dos veículos acidentados. No entanto, ainda não há informações sobre o rompimento efetivo das embalagens, que, em função do acondicionamento da carga, podem ter permanecido intactas.

Devido à natureza tóxica das cargas, no domingo e segunda-feira, 23, não foi possível recorrer ao trabalho dos mergulhadores para as buscas submersas no rio. O Corpo de Bombeiros do Maranhão confirmou nesta terça-feira, 24, a morte de quatro pessoas (três mulheres e um homem) e o desaparecimento, até o momento, de 13 pessoas.

Sala de crise

Na quinta-feira, 26, está prevista a reunião da sala de crise para acompanhamento dos impactos sobre os usos múltiplos da água decorrentes do desabamento da ponte sobre o rio Tocantins. Além da própria ANA, outros órgãos participam da sala de crise, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e o Ministério da Saúde.

O Dnit está com técnicos no local avaliando a situação para descobrir as possíveis causas do acidente. Segundo o órgão, o desabamento foi resultado porque o vão central da ponte cedeu.

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