Flávio Dino diz que quem descumpre decisão judicial ‘se considera acima da lei’

Flávio Dino diz que quem descumpre decisão judicial ‘se considera acima da lei’

O Supremo Tribunal Federal (STF) protagonizou mais um capítulo da crise envolvendo o “X” no Brasil. Em uma votação acirrada, o Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, proferiu o voto decisivo que determinou a suspensão do “X” em todo o território nacional. A decisão, recebida com aplausos por uns e críticas por outros, coloca em evidência o delicado embate entre diferentes interpretações jurídicas e a complexa tarefa de garantir o cumprimento da lei em um país marcado por profundas divisões.
A fala foi realizada durante uma audiência realizada nesta segunda-feira, 2, que analisa a decisão de Alexandre de Moraes em suspender a utilização da rede social X (antigo Twitter) no Brasil. Suspensão deve durar até o pagamento de multar e a indicação de um representante legal da empresa no país.
 
Dino, em seu voto, foi contundente ao afirmar que “quem descumpre uma decisão judicial, emanada de um poder legítimo, coloca-se acima da lei e contribui para a instabilidade institucional”. O Ministro, reconhecido por sua postura firme na defesa da ordem democrática, enfatizou a necessidade de se respeitar as decisões do STF, independentemente de posições políticas ou ideológicas. A fala de Dino ecoa o sentimento de parcela significativa da população que, segundo pesquisas recentes, demonstra crescente preocupação com a estabilidade das instituições democráticas brasileiras.
No voto, Flávio Dino também ressaltou que o “poder econômico e o tamanho da conta bancária não fazem nascer uma esdrúxula imunidade de jurisdição” e assegurou que a “liberdade de expressão é um direito fundamental que está umbilicalmente ligado ao dever de responsabilidade. O primeiro não vive sem o segundo, e vice-versa, em recíproca limitação aos contornos de um e de outro”.

O voto do ministro segue o mesmo sentido de Moraes e foi o segundo a ser computado no sistema, faltando apenas um para formar a maioria. A Primeira Turma de ministros também é composta por Luiz Fux, Cristiano Zanin e Cármen Lúcia.

O julgamento deve acabar às 23h59 desta segunda.

Suspensão do X

A suspensão do “X”, tema que tem gerado debates acalorados em todo o país, coloca em xeque a capacidade do Estado em fazer valer a lei. Dados alarmantes revelam que a desobediência a decisões judiciais tem se tornado um problema cada vez mais frequente no Brasil. Um estudo realizado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) apontou que, somente em 2023, foram registrados mais de 2 milhões de casos de descumprimento de decisões judiciais, um aumento de 15% em relação ao ano anterior.
 
A decisão do STF, no entanto, enfrenta resistência por parte de setores que se opõem à suspensão do “X”. Argumentam que a medida fere direitos e liberdades individuais, além de gerar insegurança jurídica. 
 
Diante da escalada da crise, o governo federal anunciou medidas para garantir o cumprimento da decisão do STF. A Advocacia-Geral da União (AGU) já está atuando para derrubar liminares e decisões judiciais que contrariam a suspensão do “X”. Paralelamente, o Ministério da Justiça estuda a criação de um grupo de trabalho para monitorar e coibir a disseminação de notícias falsas e discursos de ódio relacionados ao tema. A atuação firme do governo, em consonância com a decisão do STF, visa restabelecer a ordem e garantir a segurança jurídica no país.

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Investigação da morte do ex-ministro Gustavo Bebianno reacende discussão nos bastidores

Nos bastidores, a investigação da Polícia Federal revelando que militares bolsonaristas consideraram matar o presidente Lula por envenenamento provocou discussões sobre a morte de Gustavo Bebianno. Bebianno faleceu aos 56 anos em março de 2020, devido a um infarto. Sua morte surpreendeu devido à sua boa saúde e juventude. Amigos e parceiros políticos lamentaram sua perda.

Bebianno, conhecido por não beber nem fumar e praticar jiu-jitsu, planejava se candidatar à Prefeitura do Rio de Janeiro. Nos bastidores, aliados levantaram a possibilidade de sua morte ter sido provocada por desafetos políticos no bolsonarismo. Enquanto isso, amigos de Bebianno apontam que, por estar em conflito com o clã Bolsonaro, ele temia um golpe de Estado por parte do presidente.

Embora tenha mencionado ter guardado material no exterior, manobras de Bebianno contra o governo não foram eficazes. A Polícia Civil do Rio de Janeiro confirmou a causa de sua morte como infarto. Como presidente do extinto PSL, foi demitido por Bolsonaro dois meses após assumir o cargo de ministro da Secretaria-Geral da Presidência.

Após a posse de Bolsonaro, a investigação da Polícia Federal evidenciou um plano para matar Lula, Alckmin e Moraes com veneno, trazendo a público a questão da segurança de líderes políticos no Brasil. Os aliados de Bebianno continuam a levantar suspeitas sobre sua morte, enquanto autoridades afirmam que a causa foi natural. Para mais informações, acesse a coluna do Metrópoles.

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