Gangues se passam por torcidas organizadas e agridem pessoas aleatórias em Goiânia

Gangues se passam por torcidas organizadas e agridem pessoas aleatórias em Goiânia

Gangues que se passam por torcidas organizadas vem espalhando momentos de terror nas ruas de Goiânia durante a madrugada. Longe dos estádios, fora dos dias de jogos e sem motivo algum, os falsos torcedores combinam data e hora para atacar pessoas aleatórias que encontram na rua. 

O caso mais recente aconteceu há pouco mais de um mês, no dia 17 de dezembro, e a vítima foi Sandro Carvalho. Os agressores chegaram de carro, perguntaram para que time o jovem torce, e ao responder Vila Nova, foi o suficiente para a falsa torcida organizada partir para cima dele. 

Apesar de usarem camisas de torcidas organizadas, eles não são filiados a nenhuma, afirmam os investigadores. “A grande maioria sequer frequenta os estádios. Não sabem a escalação do time, quantos pontos o time tem, quem é o técnico”, afirma o delegado Samuel Moura. 

No dia 31 de outubro, Gabriel de Souza enfrentou uma tentativa de fuga que terminou em perseguição. Os integrantes da gangue o agrediram até que perdesse a consciência, roubando o celular e os cartões bancários. As lesões sofridas foram graves e precisou passar por cirurgia. 

Em um áudio, o motorista de uma das gangues chega a reclamar por não participar de uma das agressões. “Não dá pra bater em quase ninguém. Toda vez que eu vou, quando eu mal trisco no cara, tem que voltar pra dentro do carro, porque todo mundo sai correndo”, afirma o agressor em mensagem interceptada pela polícia.

Caso do frentista 

Um dos casos que despertou grande preocupação entre os investigadores a ponto da Polícia Civil (PCGO) criar um grupo especial de proteção ao torcedor foi o do frentista Luiz Gustavo da Silva em 20 de março de 2023. Na ocasião, ele foi brutalmente agredido ao tentar proteger uma vítima de um desses grupos. 

O frentista foi golpeado por trás e recebeu sete pancadas na cabeça com um capacete, resultando em um período de dez dias em coma na UTI. Atualmente, ele está sob cuidados de um psicólogo e psiquiatra, e, após dez meses desde o incidente, está em processo de reabilitação, buscando retornar ao trabalho. Veja o vídeo abaixo:

Prisão

No primeiro ano, em parceria com o Batalhão Especializado de Policiamento de Eventos e com o Ministério Público, o grupo já prendeu 62 suspeitos. Dez seguem presos e os demais estão com medidas restritivas, como o uso de tornozeleira e a proibição de sair de casa à noite. Na última quinta-feira, 25, os presos se tornaram réus por crimes como roubo, lesão corporal e associação criminosa.

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Hugo destaca avanço em cirurgias endoscópicas com melhorias e investimentos

O Hospital de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (Hugo), unidade do governo do Estado gerida pelo Hospital Israelita Albert Einstein desde junho deste ano, realizou no final de novembro sua primeira cirurgia endoscópica da coluna vertebral. Essa técnica, agora prioritariamente utilizada nos atendimentos de urgência e emergência, é minimamente invasiva e representa um avanço significativo no tratamento de doenças da coluna vertebral, proporcionando uma recuperação mais rápida e menores riscos de complicações pós-cirúrgicas.

Segundo o coordenador da ortopedia do Hugo, Henrique do Carmo, a realização dessa técnica cirúrgica, frequentemente indicada para casos de hérnia de disco aguda, envolve o uso de um endoscópio. Este equipamento, um tubo fino equipado com uma câmera de alta definição e luz LED, transmite imagens em tempo real para um monitor, iluminando a área cirúrgica para melhor visualização. O tubo guia o endoscópio até a área-alvo, permitindo uma visão clara e detalhada das estruturas da coluna, como discos intervertebrais, ligamentos e nervos.

“Quando iniciamos a gestão da unidade, uma das preocupações da equipe de ortopedia, que é uma especialidade estratégica para nós, foi mapear e viabilizar procedimentos eficazes já realizados em outras unidades geridas pelo Einstein, para garantir um cuidado mais seguro e efetivo dos pacientes”, destaca a diretora médica do hospital, Fabiana Rolla. Essa adoção da técnica endoscópica é um exemplo desse esforço contínuo.

Seis meses de Gestão Einstein

Neste mês, o Hugo completa seis meses sob a gestão do Hospital Israelita Albert Einstein. Nesse período, a unidade passou por importantes adaptações que visam um atendimento mais seguro e de qualidade para os pacientes. Foram realizados 6,3 mil atendimentos no pronto-socorro, mais de 6 mil internações, mais de 2,5 mil procedimentos cirúrgicos e mais de 900 atendimentos a pacientes com Acidente Vascular Cerebral (AVC).

A unidade passou por adequações de infraestrutura, incluindo a reforma do centro cirúrgico com adaptações para mitigar o risco de contaminações, aquisição de novas macas, implantação de novos fluxos para um atendimento mais ágil na emergência, e a reforma da Central de Material e Esterilização (CME) para aprimorar o processo de limpeza dos materiais médico-hospitalares.

Hoje, o Hugo também oferece um cuidado mais humanizado, tanto aos pacientes como aos seus familiares. A unidade implementou um núcleo de experiência do paciente, com uma equipe que circula nos leitos para entender necessidades, esclarecer dúvidas, entre outras atividades. Além disso, houve mudança no fluxo de visitas, que agora podem ocorrer diariamente, com duração de 1 hora, em vez de a cada três dias com duração de 30 minutos.

Outra iniciativa realizada em prol dos pacientes foi a organização de mutirões de cirurgias, visando reduzir a fila represada de pessoas internadas que aguardavam por determinados procedimentos. Essa ação viabilizou a realização de mais de 32 cirurgias ortopédicas de alta complexidade em um período de dois dias, além de 8 cirurgias de fêmur em pacientes idosos. Todos os pacientes beneficiados pelos mutirões já tiveram alta hospitalar.

Plano de investimentos para 2025

Para o próximo ano, além do que está previsto no plano de investimentos de R$ 100 milhões anunciado pelo Governo de Goiás, serão implantadas outras melhorias de fluxos e processos dentro das atividades assistenciais. Isso inclui processos preventivos de formação de lesões por pressão, otimização de planos terapêuticos, cirurgias de emergência mais resolutivas, e outras ações que visam aprimorar o cuidado dos pacientes.

O hospital também receberá novos equipamentos, como o tomógrafo doado pelo Einstein para melhorar o fluxo de pacientes vítimas de trauma e AVC, e um robô de navegação cirúrgica.

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