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Gangues se passam por torcidas organizadas e agridem pessoas aleatórias em Goiânia

Última atualização 30/01/2024 | 16:28

Gangues que se passam por torcidas organizadas vem espalhando momentos de terror nas ruas de Goiânia durante a madrugada. Longe dos estádios, fora dos dias de jogos e sem motivo algum, os falsos torcedores combinam data e hora para atacar pessoas aleatórias que encontram na rua. 

O caso mais recente aconteceu há pouco mais de um mês, no dia 17 de dezembro, e a vítima foi Sandro Carvalho. Os agressores chegaram de carro, perguntaram para que time o jovem torce, e ao responder Vila Nova, foi o suficiente para a falsa torcida organizada partir para cima dele. 

Apesar de usarem camisas de torcidas organizadas, eles não são filiados a nenhuma, afirmam os investigadores. “A grande maioria sequer frequenta os estádios. Não sabem a escalação do time, quantos pontos o time tem, quem é o técnico”, afirma o delegado Samuel Moura. 

No dia 31 de outubro, Gabriel de Souza enfrentou uma tentativa de fuga que terminou em perseguição. Os integrantes da gangue o agrediram até que perdesse a consciência, roubando o celular e os cartões bancários. As lesões sofridas foram graves e precisou passar por cirurgia. 

Em um áudio, o motorista de uma das gangues chega a reclamar por não participar de uma das agressões. “Não dá pra bater em quase ninguém. Toda vez que eu vou, quando eu mal trisco no cara, tem que voltar pra dentro do carro, porque todo mundo sai correndo”, afirma o agressor em mensagem interceptada pela polícia.

Caso do frentista 

Um dos casos que despertou grande preocupação entre os investigadores a ponto da Polícia Civil (PCGO) criar um grupo especial de proteção ao torcedor foi o do frentista Luiz Gustavo da Silva em 20 de março de 2023. Na ocasião, ele foi brutalmente agredido ao tentar proteger uma vítima de um desses grupos. 

O frentista foi golpeado por trás e recebeu sete pancadas na cabeça com um capacete, resultando em um período de dez dias em coma na UTI. Atualmente, ele está sob cuidados de um psicólogo e psiquiatra, e, após dez meses desde o incidente, está em processo de reabilitação, buscando retornar ao trabalho. Veja o vídeo abaixo:

Prisão

No primeiro ano, em parceria com o Batalhão Especializado de Policiamento de Eventos e com o Ministério Público, o grupo já prendeu 62 suspeitos. Dez seguem presos e os demais estão com medidas restritivas, como o uso de tornozeleira e a proibição de sair de casa à noite. Na última quinta-feira, 25, os presos se tornaram réus por crimes como roubo, lesão corporal e associação criminosa.