Goianas com surdez terão direito a intérprete de Libras durante o parto

libras

Uma lei aprovada nesta semana autoriza as gestantes surdas em Goiás a terem um intérprete da Língua Brasileira de Sinais (Libras) durante o parte. A medida pretende viabilizar a comunicação entre a mulher e a equipe multidisciplinar antes, durante e após o nascimento da criança na rede pública ou particular de saúde. 

 

O texto aumenta o rol de direitos das grávidas com deficiência auditiva, que até então permitia somente o apoio de familiares e amigos em todas as etapas da gestação. A entrada de acompanhante fora desses grupos não era permitida, apesar de nem sempre as pessoas até então autorizadas terem conhecimento da Libras.   

 

A entrada dos terceiros na sala de trabalho de parto será permitida mediante apresentação de um documento com uma série de dados: uma carta de apresentação com nome completo, endereço, número do CPF, RG, contato telefônico, e-mail e comprovação de formação profissional do tradutor e intérprete de Libras. 

 

Um estudo de 2017 sobre “A experiência da gestação para mulheres surdas” revelou que a maioria das entrevistas vivenciou dificuldade de comunicação com os profissionais de saúde, violação dos direitos da pessoa surda, apreensão em relação à sanidade auditiva do bebê e realização de cesárea. A pesquisa destacou a fragilidade da assistência às surdas no âmbito da saúde.

 

Desde 2002,  o poder público e empresas concessionárias de serviços públicos. Devem ser obrigadas a apoiar o uso e difusão da Libras como meio de comunicação objetiva e de utilização corrente das comunidades surdas do Brasil.

 

Em Goiás, há mais de 56 mil pessoas com dificuldades auditivas. No Brasil, a quantidade supera 9,5 milhões de pessoas, o equivalente a 5,1% da população, de acordo com o censo de 2010 do  Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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