Desde 2012, quando o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) passou a levantar estatísticas a respeito de residências com morador único em Goiânia, o ano de 2021 atingiu o maior número. Afinal de contas, por que está havendo crescimento de pessoas morando sozinhas na capital goiana?
Os dados do IBGE
O Diário do Estado solicitou os dados de moradores únicos ao IBGE. Na tabela em questão, é possível perceber que, segundo o levantamento, haviam 63 mil residências com moradores únicos em Goiânia no ano de 2012.
Desde então, esse número passou a aumentar. Em 2013, por exemplo, já eram 76 mil. No ano seguinte, em 2014, o número diminuiu ligeiramente para 74 mil, mas retomou uma crescente em 2015, indo a 87 mil residências.
A partir dali, os dados foram apresentando oscilação até chegar em 2020, quando houve o recorde da série histórica, com 90 mil casas de morador único. Em seguida, no ano de 2021, quebrou-se novamente essa marca após o IBGE registrar 94 mil moradores solo em Goiânia.
Morador único de Goiânia
Diego Anatálio tem 22 anos e se mudou para Goiânia em 2019. Natural de Anápolis, ele começou a dividir apartamento com outras pessoas na capital, por conta dos custos. Em outubro do ano passado, estava morando com uma amiga até que ocorreram alguns problemas. Quando o contrato venceu, decidiu morar sozinho.
“Foi uma experiência problemática, então pensei: por que não tentar morar sozinho? O maior problema seria eu. Daí, comecei a procurar algum lugar que conseguisse pagar, que estivesse na mesma faixa de preço que eu pagava quando dividia apartamento. Achei uma kitnet bem pequena, mas que para uma pessoa é OK”, detalha.
Segundo ele, morar sozinho foi o maior presidente que ele deu a si mesmo. Sua privacidade e liberdade melhoraram. Além disso, ele não se sente sozinho porque acaba ficando pouco tempo em casa, está sempre na rua. Por fim, não precisa se “preocupar com a bagunça dos outros”.
Por outro lado, de acordo com Diego, os aluguéis em Goiânia estão muito caros. Por isso, precisa escolher um lugar bem pequeno. Apesar do futuro ser coletivo, ele reforça que “morar sozinho é tudo de bom”.
“Eu espero que consigamos viver mais próximos no futuro e cooperar mais, criar diversas ecovilas que fujam da lógica individual do capitalismo. Mas, por enquanto, não é minha realidade, nem da maioria. Infelizmente, sinto que cada vez mais estamos no individual”, conclui.