Goiás concentra 5,3% das obras federais paradas no Brasil, aponta TCU

Um levantamento em tempo real indica que 5,3% das obras paralisadas no País com recursos federais estão em Goiás. O estado concentra 458 das 8.603 projetos inacabados em todo o Brasil, de acordo com o Tribunal de Contas da União (TCU). No ranking nacional, o estado fica na sexta colocação. O topo da lista tem Maranhão (879), Bahia (840), Pará (674), Minas Gerais (628) e Ceará (574).

 

Os setores de infraestrutura e mobilidade urbana, seguido de educação básica, turismo, saúde, saneamento e esportes figuram em parte da lista de áreas que ainda não tiveram os empreendimentos concluídos. De forma geral, os gargalos nacionais estão na educação básica, infraestrutura e mobilidade urbana e ainda turismo, em ordem decrescente.

 

A previsão era de 873, ou seja, apenas 415 foram finalizadas ou estão em andamento, conforme indica a plataforma do TCU.  Embora interrompidas, as construções já custaram quase R$ 672 milhões somente em Goiás – a estimativa é que todas no País consumissem R$ 1,3 bilhão aos cofres federais. Somados, o custo para o bolso dos brasileiros chega a R$ 8,3 bilhões gastos, sendo R$ 32,2 bilhões considerados nos contratos.

 

De acordo com os auditores da instituição, o principal motivo para a suspensão é o mau planejamento. Esse problema “é decorrente de projeto básico deficiente, falta de contrapartida e falta de capacidade técnica para execução do empreendimento. A Constituição proíbe a transferência de recursos de uma obra para outra sem autorização legislativa.  

 

O trabalho é resultado do cruzamento de informações dos principais bancos de dados nacionais. A estimativa dos auditores é que o total seja ainda maior, considerando a ausência de um cadastro único de obras federais. Desde 2020, o investimento em obras públicas federais previstas vem caindo no estado. Eram 1.275, caíram para 950 e agora 873, respectivamente.

 

Impacto

 

Em janeiro deste ano, o DE noticiou como a interrupção de obras de grande porte impactam a população. A ampliação do Sistema de Abastecimento de Água de Senador Canedo, incluindo a reforma da captação adutora da Estação de Tratamento de Água e reservatórios, deveriam ter sido entregues em fevereiro deste ano. 

 

O contrato foi assinado em 2011, mas o cronograma foi revisto e a Prefeitura reagendou a finalização para junho de 2024 mesmo com a falta de água recorrente na cidade no período de seca no estado, entre maio e outubro. A população chega ficar uma semana sem a prestação serviço da Agência de Saneamento de Senador Canedo (Sanesc), que e municipalizada. A reclamação é mais comum entre moradores que residem em regiões mais altas do município.

Novo PAC

 

O presidente Lula pretende lançar uma nova versão do antigo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) ainda neste mês para retomar os projetos paralisados no Brasil. Ele foi criado no primeiro mandato de Lula, em 2007, para viabilizar a execução de grandes obras de infraestrutura com aporte financeiro da União para estados e municípios.

 

A reportagem entrou em contato com as assessorias dos governos federal, estadual e municipal, mas não obtivemos retorno até a publicação desta edição.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Ponte TO-MA: Agência irá avaliar qualidade da água de rio após queda de ponte

A Agência Nacional de Águas (ANA) anunciou nesta terça-feira, 24, que está avaliando a qualidade da água no Rio Tocantins, na área onde desabou a ponte Juscelino Kubitschek, entre os municípios de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA). Essa medida se justifica devido à informação de que alguns dos caminhões que caíram no rio após a queda da ponte carregavam pesticidas e outros compostos químicos.

O foco das análises está no abastecimento de água a jusante (rio abaixo) a partir do local do acidente. A ANA, em conjunto com a Secretaria de Meio Ambiente do Maranhão, vai determinar os parâmetros básicos de qualidade da água e coletar amostras para as análises ambulatoriais. O objetivo é detectar os principais princípios ativos dos pesticidas potencialmente lançados na coluna d’água do rio Tocantins.

As notas fiscais dos caminhões envolvidos no desabamento apontam quantidades consideráveis de defensivos agrícolas e ácido sulfúrico na carga dos veículos acidentados. No entanto, ainda não há informações sobre o rompimento efetivo das embalagens, que, em função do acondicionamento da carga, podem ter permanecido intactas.

Devido à natureza tóxica das cargas, no domingo e segunda-feira, 23, não foi possível recorrer ao trabalho dos mergulhadores para as buscas submersas no rio. O Corpo de Bombeiros do Maranhão confirmou nesta terça-feira, 24, a morte de quatro pessoas (três mulheres e um homem) e o desaparecimento, até o momento, de 13 pessoas.

Sala de crise

Na quinta-feira, 26, está prevista a reunião da sala de crise para acompanhamento dos impactos sobre os usos múltiplos da água decorrentes do desabamento da ponte sobre o rio Tocantins. Além da própria ANA, outros órgãos participam da sala de crise, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e o Ministério da Saúde.

O Dnit está com técnicos no local avaliando a situação para descobrir as possíveis causas do acidente. Segundo o órgão, o desabamento foi resultado porque o vão central da ponte cedeu.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp