A jovem Luana Alves, de 12 anos, foi uma das 1.025 crianças e adolescentes estuprados em Goiás em apenas oito meses. O abuso sexual seguido da morte da garota humaniza a tragédia revelada em números. A estatística referente a janeiro e agosto deste ano da Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSPGO) mostra aumento de 76,4% dos casos em 2021. A média foi de 101 crimes sexuais por mês.
“A maioria dos crimes ocorreram no âmbito familiar, doméstico. Não há um perfil, geralmente, as pessoas que praticam esse crime são do convívio da vítima, podendo ser pais, padrastos, tios, avós, primos ou amigos da família”, pontua a delegada responsável pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), Thaynara Andrade.
Esse grupo da população também foi alvo de lesão corporal (504 casos), abandono de incapaz (227 casos) e homicídio (11 casos). Um dos grandes entraves é o silenciamento por dificuldade de os menores se expressarem, o que muda conforme o crescimento e amadurecimento deles.
“Geralmente, os criminosos são do convívio da vítima, como pais, padrastos, tios, avôs, primos ou amigos da família. Uma forma de evitar esse tipo de abuso, é manter sempre um adulto supervisionando a criança, além de não deixá-la na companhia de pessoas estranhas. Também é preciso verificar o tipo de brincadeira que um adulto faz e ter uma pessoa específica para fazer a higiene da criança”, explicou.
Como evitar crimes sexuais contra crianças
Para a delegada, outra questão relevante são os crimes virtuais. Ela afirma que muitos jovens têm medo de falar, vergonha ou acham que as pessoas não acreditarão neles. Nesses casos a depressão e as automutilações são comuns, sendo esta uma forma de punição, embora sejam as vítimas. Thaynara defende que é necessário estabelecer proximidade e perceber a sexualidade precoce, que é um sinal de uma criança que está sendo abusada.