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Governador de NY é acusado de assediar 11 mulheres, diz investigação

O governador democrata de Nova York, Andrew Cuomo, foi acusado pela procuradoria do Estado por assédio sexual contra 11 mulheres, entre elas uma policial responsável pela sua segurança pessoal. As acusações aumentaram a pressão para que o governador deixe o cargo.

As investigações indicam que Cuomo assediou sexualmente funcionárias e ex-funcionárias do governo, numa violação de leis estaduais e federais sobre abuso sexual.

O relatório divulgado pela procuradoria e elaborado por dois advogados afirmam também que o governador manteve um comportamento sistemático de abuso, com toques indesejados e comentários inadequados contra mulheres no ambiente de trabalho.

As investigações foram coordenadas pela procuradora-geral do Estado, Letitia James, e teve 165 páginas, durou 5 meses e interrogou 179 testemunhas.

Crimes

No relatório, testemunhas dizem que Cuomo assediou várias mulheres, muitas delas jovens, com toques indesejados, beijos, abraços e comentários impróprios.

A advogada Anne L.Clark, uma das responsáveis pelo relatório, disse que a conduta do governador atende claramente o padrão legal usado para determinar o assédio no local de trabalho.

“As mulheres também descreveram para nós o fato de o governador procurá-las, olhá-las fixamente, olhá-las de cima a baixo ou fitar seu peito ou nádegas”, disse ela.

Ainda de acordo com ela, Cuomo interagia com as mulheres focalizando em seu gênero, às vezes de maneira sexualizada. “Elas consideravam esse comportamento humilhante e ofensivo”, acrescentou.

Defesa

O governador se defendeu em um comunicado onde diz que os fatos são muito diferentes do que foi apresentado no relatório. “Eu nunca toquei ninguém de uma maneira inapropriada ou tive um comportamento sexualmente inadequado”, disse Cuomo.

Ele ainda argumenta que tem tendência em abraçar ou beijar as pessoas na bochecha, gesto em que descreve como ”destinados a transmitir calor, nada mais”.

Cuomo ainda apresentou fotos onde aparece beijando e abraçando membros público e líderes poderosos. “Eu faço isso com todo mundo”, disse ele. “Preto e branco, jovem e velho, heterossexual e LGBTQ, pessoas poderosas, amigos, estranhos, pessoas que encontro na rua.”

Biden

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, defendeu a renúncia de Cuomo. Assim que os crimes vieram a tona, o presidente se manifestou e contribuiu para o isolamento do governo de Nova York. “Acredito que ele deve renunciar”, disse o presidente.

A legislação de NY inclui flertes indesejados e piadas de conteúdo sexual no ambiente de trabalho como crimes que podem se enquadrar em assédio sexual, independentemente da intenção de acusado.