Governo apresenta ao STF proposta de regras mais rígidas para controle de conteúdo nas redes sociais

Governo Propõe Controle Rigoroso de Redes Sociais

O governo brasileiro está propondo regras mais duras para o controle de conteúdo nas redes sociais, um movimento que despertou intensos debates sobre a liberdade de expressão e a intervenção estatal. A iniciativa, que está sendo discutida no Supremo Tribunal Federal (STF), visa estabelecer normas rigorosas para a moderação de conteúdos online.

A proposta, liderada pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), através do Projeto de Lei (PL) 2.338/2023, busca criar um marco legal para a inteligência artificial (IA) no Brasil. No entanto, críticos argumentam que essa regulamentação pode abrir brechas para o governo controlar as redes sociais por decreto, sem a necessidade de aprovação do Congresso.

Os artigos 14 e 15 do projeto são os mais contestados. O artigo 14 inclui atividades com distribuição automatizada de conteúdo na categoria de “alto risco”, enquanto o artigo 15 delega à Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) a decisão sobre o que configura tal risco. Essa classificação pode levar a uma maior supervisão estatal, com critérios que incluem impactos no processo democrático e no pluralismo político.

Especialistas e entidades expressam preocupação com a falta de transparência nas regras e no alcance da ANPD. André Marsiglia, jurista especializado em liberdade de expressão, afirma que a proposta sujeita as redes sociais a intervenções indevidas, permitindo que o Executivo crie normas e diretrizes sem o envolvimento do Legislativo.

O projeto divide os sistemas de IA em “alto risco”, “risco excessivo” e “baixo risco”. Sistemas de “alto risco”, como aqueles usados em seleção de candidatos ou biometria, serão supervisionados rigorosamente. Já as tecnologias de baixo risco, como ferramentas de tradução ou correção ortográfica, terão menos restrições.

Grandes plataformas digitais, conhecidas como big techs, pressionam contra a inclusão das redes sociais como atividade de alto risco, mas o governo considera este trecho inegociável. A regulação da IA reflete uma grave disputa política, com o Palácio do Planalto considerando o momento favorável para aprovar a proposta, especialmente após a vitória recente no Senado com o PL 2628/2022, que amplia a proteção digital para crianças e adolescentes.

Além disso, o STF está analisando a constitucionalidade do artigo 19 do Marco Civil da Internet, o que pode alterar o cenário jurídico das plataformas e a forma como elas operam.

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Governo de Goiás zera fila de cirurgias eletivas com investimento de R$ 4,69 bilhões

O Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO), investiu R$ 4,69 bilhões e realizou 338.883 mil cirurgias eletivas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) entre janeiro de 2023 e novembro de 2024. Nesse período, foi identificada e organizada a fila única de cirurgias eletivas, que era de 125.894 procedimentos em dezembro de 2022.

De forma inédita no país, o Estado adotou uma série de medidas, incluindo: adoção de fila única, organização das listas de espera, busca ativa de pacientes por disparo de mensagens de texto e parcerias com a rede conveniada. Com isso, a fila de 2022 foi zerada e novos pacientes foram atendidos.

No final de 2023, somente nas unidades da rede própria, eram 63.856 pacientes na espera. Entre janeiro e setembro de 2024 foram incluídas 56.983 novas solicitações, totalizando 120.839 pacientes. Nesse período, foram executadas 104.018 cirurgias, restando na fila 16.821 pacientes. O total, somando as novas entradas e também os registros dos municípios, resultou em 50.029 mil pacientes aguardando pelo procedimento em dezembro de 2024.

O secretário de Estado da Saúde, Rasível Santos, reforça que atender com agilidade a população é uma prioridade. Ele atribui o avanço na área à decisão do governador Ronaldo Caiado de mobilizar gestores e profissionais de saúde na execução do Programa Nacional de Redução de Filas (PNRF). Além disso, a estruturação do Sistema Estadual de Regulação de Cirurgias Eletivas (Regnet), escolhido pelo Ministério da Saúde (MS) como projeto-piloto, foi fundamental para alcançar esse resultado.

Investimento

Para viabilizar os procedimentos, o Governo de Goiás aplicou um volume de R$ 4,6 bilhões em recursos do Tesouro Estadual para a realização de cirurgias em unidades próprias e conveniadas. O governo federal destinou R$ 60,8 milhões ao programa em Goiás, no mesmo período.

Para 2025, com a implantação do Saúde Integrada de Goiás (Sigo), novo sistema de regulação adquirido pelo Governo de Goiás e disponibilizado aos 246 municípios, a expectativa é ofertar ainda mais eficiência ao processo regulatório e agilizar os procedimentos. “A transparência é outro ganho com o Sigo, pois pelo site da SES é possível consultar o painel e acompanhar a posição na ordem de espera”, acrescenta Lorena Mota, superintendente de Regulação e Acesso à Saúde da SES-GO.

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