O governo federal esteve em Praia Grande (SC) 15 dias antes do acidente com balão que incendiou, despencou e deixou oito mortos. Na reunião do dia 6 de junho, o Ministério do Turismo discutiu a regulamentação nacional da prática de balonismo e defendeu regras específicas para a operação turística e comercial da atividade. O acidente ocorreu no sábado (21).
A secretária Nacional de Políticas de Turismo, Cristiane Leal Sampaio, esteve no encontro e falou sobre as normativas para a atividade em complemento à atual regulamentação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
As propostas sugeridas no encontro foram a criação de um cadastro específico de operadores de balonismo no Cadastur, estabelecimento de critérios para voos em áreas urbanas, rurais e de preservação ambiental, e inclusão definitiva do balonismo na Política Nacional de Turismo como segmento estratégico.
Procurada, a prefeitura de Praia de Grande afirmou que o resultado da reunião foi a criação de um grupo de trabalho para tratar o tema da regulamentação. Na terça-feira (17), o município enviou os nomes de Santa Catarina para integrar o trabalho. A administração disse ainda que sempre buscou a parceria e que é um dos maiores incentivadores para que se construam as normas. Conforme o município, entre 500 e 1 mil famílias trabalham com balonismo na cidade.
Após o acidente, o Ministério do Turismo afirmou que deve se reunir na próxima semana com entidades ligadas ao balonismo turístico no país. Segundo a pasta, o objetivo é criar regras específicas e claras para a operação de voos de balão em atividades turísticas.
Segundo a Anac, o balonismo é reconhecido como uma atividade desportiva, considerado de alto risco e “ocorre por conta e risco dos envolvidos”. Além disso, não existe uma habilitação técnica emitida pela Anac para operar balões. Cabe ao praticante ou operador a responsabilidade pela segurança da operação.
Praia Grande, que apesar do nome não é banhada pelo litoral, está no sul catarinense, região com a maior cadeia de cânions da América Latina e fica aos pés do trecho mais abrupto da Serra, onde estão alguns dos cânions mais famosos da região sul, como o Itaimbezinho e o Malacara. A cidade, na divisa com o Rio Grande do Sul, tem potencial turístico e recebe turistas interessados em fazer voos de balão.
A empresa SOBREVOAR SERVIÇOS TURÍSTICOS manifestou solidariedade e respeito às vítimas do acidente com balão. A empresa afirmou trabalhar com seriedade e cumprir todas as normas estabelecidas pela Anac, destacando que não possuía registros de acidentes anteriores. Todas as operações da empresa foram imediatamente suspensas por tempo indeterminado em respeito às vítimas, familiares e à comunidade.