Última atualização 13/05/2021 | 12:38
Durante seu depoimento na CPI da Covid, o gerente-geral da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, confirmou que o governo brasileiro não respondeu, entre agosto e setembro do ano passado, ofertas de contratos que previam a entrega de 1,5 milhões de doses de vacina contra a Covid-19 ainda em 2020.
“Nossa oferta de 26 de agosto, como era vinculante, e como estávamos nesse processo com todos os governos [de outros países] tinha validade de 15 dias. Passados esses 15 dias, o governo do Brasil não rejeitou, mas tampouco aceitou”, informou Murillo.
De acordo com Murillo, a empresa apresentou, em agosto, três propostas ao governo que não respondeu. As três previam um contrato com 30 milhões de doses ou 70 milhões de doses. Em todas as ofertas, o preço da dose era de US$ 10.
O contrato com a Pfizer apenas foi fechado em 19 de março, quando o Brasil estava no auge da pandemia, o sistema de saúde em colapso e a vacinação em ritmo lento. As primeiras doses da vacina apenas chegaram nos últimos dias do mês de abril.
Carlos Murillo também confirmou que, em setembro do ano passo, foi enviado carta ao Executivo brasileiro. O documento apenas foi respondido dois meses depois sendo enviadas a autoridades como o presidente Bolsonaro e o Ministro da Saúde naquele momento, Eduardo Pazuello.
Os senadores avaliam que, se o governo tivesse adquirido a vacina ainda no ano passado, a imunização contra a Covid-19 no Brasil estaria acelerada já que a vacinação começou apenas em janeiro de 2021 com doses da CoronaVac. Na época, havia poucas doses e isso impossibilitou a vacinação de grupos grandes.
Pfizer, junto a BioNTech, foi uma das primeiras empresas a apresentar vacinas contra o novo coronavírus. A vacina do laboratório é a única com aprovação na Anvisa.