Grávida pela segunda vez após novo estupro, menina de 11 anos tem aborto negado pela mãe

Grávida pela segunda vez após novo estupro, menina de 11 anos tem aborto negado pela mãe

Uma garota de 11 anos está grávida de três meses pela segunda vez após estupro sofrido por um parente. Ela teve a autorização para o aborto negada pela mãe, que considera o ato um  crime. O pai do bebê é o tio. O filho da menina também resultado de violência sexual nasceu quando ela tinha 10 anos de idade após sexo forçado com um primo de 25 anos. O caso ocorreu a zona rural de Teresina, capital do Piauí, e foi descoberto após um exame médico realizado nesta sexta-feira, 09. 

Há um mês ela foi encaminhada para um abrigo da capital onde os funcionários notaram comportamento arredio e ausência de menstruação. A situação chocou todos da equipe. Informada, a mãe da garota, de 29 anos, não concordou com a interrupção da gravidez. Em entrevista à Folha de S. Paulo, a mulher disse ter ficado indignada.

“Ela estava morando com o pai na casa da avó, e o tio que a estuprou estava dormindo no mesmo quarto que ela”, afirmou ela, que sobrevive com renda de R$ 600 do Auxílio Brasil.

O bebê de um ano vive atualmente com um avô. Desempregado e com dificuldades para alimentar a família formada por outras cinco pessoas, ele pediu cesta básica ao Conselho Tutelar. O crime está sendo investigado pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente, mas o tio da jovem e pai da criança que concordou com o aborto, continua em liberdade. Na primeira gravidez, a menina se recusou a abortar. Alguns meses depois, o primo foi assassinado. Ela abandonou a escola e teria relação conflituosa com os pais.

Em junho deste ano, uma promotora e uma juíza de Santa Catarina insistiram para que uma menina de 11 anos desistisse do aborto resultado de estupro e aguardasse o desenvolvimento do feto antes de induzir o parto. Ela estava com 28 semanas quando o procedimento foi realizado.

A mãe da garota constatou a gravidez de 22 semanas após realizar um teste de farmácia, mas o aborto foi negado em um hospital. A justificativa era de que a legislação autoriza a prática apenas até a 20ª semana, ou seja, somente até o quinto mês. No Brasil, o aborto é permitido por lei em casos de risco à saúde da mãe, anencefalia do feto ou quando a gravidez é resultado de um estupro.

Apoio parcial ao aborto

O aborto tem apoio de 76% dos brasileiros nos casos onde a mulher é vítima de abuso sexual, o que coloca o Brasil dentro da média mundial. A informação faz parte da pesquisa realizada pelo Instituto Ipsos no início deste mês de setembro.

Quando a circunstância do aborto não é citada, o resultado é outro, e reflete a polarização observada na disputa pela presidência da República. Neste caso, 48% dos entrevistados se declaram favoráveis ao aborto em todos ou na maioria dos casos. Esse índice está abaixo da média mundial, que é de 59%. 

A reação negativa para a possibilidade de interrupção da gravidez alcança 28,8% dos entrevistados no levantamento quando se trata da maioria dos casos e 12,8% em todos os casos. Na opinião deles, a modalidade deveria ser considerada quase ou totalmente ilegal.

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Quatro estudantes da PUC-SP são desligados após se envolverem em atos racistas durante jogo

Quatro estudantes de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) foram desligados de seus estágios em escritórios de advocacia após um vídeo viralizar nas redes sociais, mostrando atos de racismo e aporofobia cometidos durante uma partida de handebol nos Jogos Jurídicos Estaduais. O incidente ocorreu no último sábado, 17, em Americana, interior de São Paulo. Nos registros, os alunos ofenderam colegas da Universidade de São Paulo (USP), chamando-os de “cotistas” e “pobres”.

As demissões foram confirmadas por meio de notas oficiais enviadas às redações. O escritório Machado Meyer Advogados, por exemplo, anunciou a demissão de Marina Lessi de Moraes, afirmando que a decisão estava alinhada aos seus valores institucionais, com o compromisso de manter um ambiente inclusivo e respeitoso. O escritório Tortoro, Madureira e Ragazzi também confirmou a dispensa de Matheus Antiquera Leitzke, reiterando que não tolera práticas discriminatórias em suas instalações. O Castro Barros Advogados fez o mesmo, informando que Arthur Martins Henry foi desligado por atitudes incompatíveis com o ambiente da firma. O escritório Pinheiro Neto Advogados também comunicou que Tatiane Joseph Khoury não faz mais parte de sua equipe, destacando o repúdio ao racismo e qualquer forma de preconceito.

Repercussão do caso

O episódio gerou forte indignação nas redes sociais e foi amplamente criticado. O Centro Acadêmico XI de Agosto, que representa os alunos da Faculdade de Direito da USP, se manifestou, expressando “espanto, indignação e revolta” com as ofensas racistas e aporofóbicas proferidas pelos alunos da PUC-SP. A instituição ressaltou que o incidente representou uma violência contra toda a comunidade acadêmica.

Em resposta, a reitoria da PUC-SP determinou a apuração rigorosa dos fatos pela Faculdade de Direito. Em comunicado, a universidade afirmou que os responsáveis serão devidamente responsabilizados e conscientizados sobre as consequências de suas atitudes. A PUC-SP reiterou que manifestações discriminatórias são inaceitáveis e violam os princípios estabelecidos em seu Estatuto e Regimento.

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